Trump defende o apresentador da Fox acusado de assédio sexual por várias funcionárias
Presidente afirma que a ex-assessora de Segurança de Obama pode ter cometido um delito
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu na quarta-feira Bill O'Reilly, principal apresentador da rede conservadora Fox, das acusações de assédio sexual que terminaram em indenizações milionárias e uma fuga de anunciantes do canal de televisão. Em uma entrevista dada ao The New York Times, Trump, que também foi acusado por assédio no passado, disse que O'Reilly é "uma boa pessoa" e que não devia ter concordado em pagar as supostas vítimas.
“Acho que é uma pessoa que conheço bem, é uma boa pessoa", afirmou o presidente, que costuma elogiar o trabalho da Fox enquanto critica constantemente os outros meios. "Acho que não deveria ter chegado a acordos, pessoalmente acho que não deveria ter feito isso, deveria ter ido até o final, não acho que tenha feito nada de errado", afirmou. A maior polêmica da campanha de Trump durante a eleição presidencial aconteceu quando vazou um vídeo de 10 anos atrás no qual ele se gabava de agarrar as mulheres pelos genitais sem consentimento delas graças à fama e ao poder que tinha.
A Fox News pagou mais de 30 milhões a pelo menos 11 empregadas para calar suas denúncias por assédio sexual contra o ex-presidente Roger Ailes e o apresentador estrela da rede, segundo uma investigação do The New York Times. Depois da revelação, cerca de uma dezena de anunciantes, como BMW, Hyundai e Mercedes Benz, cancelaram contratos..
Na entrevista também falou de Susan Rice, a ex-conselheira de segurança nacional de Obama, que pediu que fossem averiguadas as identidades de assessores de Trump. Rice afirmou ontem que fez isso de forma casual, já que eram parte de conversas interceptadas pelos serviços de inteligência norte-americana dentro da investigação de cidadãos estrangeiros. "Isso vai ser a maior história", disse Trump, cujo Governo está salpicado por duvidosos contatos de sua equipe com funcionários russos. Trump chegou a acusar o ex-presidente Barack Obama de espioná-lo, mas não apresentou nenhuma prova. Perguntado se achava que isso poderia constituir um delito por parte de Rice ou dos serviços de inteligência, respondeu: "Sim, acho que sim".
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