México suspende importação de produtos avícolas do Brasil
País adere às restrições impostas pela União Europeia e China após suspeitas de adulteração
O México decidiu aderir à suspensão preventiva de importação de carne procedente do Brasil. Um dia depois de a União Europeia, China, Chile e Coreia do Sul cancelarem todas as compras de carne brasileira após a revelação de suspeitas de cortes adulterados para consumo humano em 21 empresas do setor, as autoridades mexicanas seguiram o mesmo caminho “em atenção à regulamentação internacional e para proteger os consumidores do país”. O México não importa carne bovina nem suína, mas apenas produtos avícolas, como carne congelada, refrigerada e desidratada de frango e pavão, ovo fértil, aves canoras, ornamentais e de rapina, e são esses os produtos que terão vetada a sua entrada no país.
O Serviço Nacional de Saúde, Inocuidade e Qualidade Agroalimentar manterá essas restrições “de forma preventiva” até que as autoridades brasileiras “apresentem provas científicas e garantias suficientes de saúde, qualidade e inocuidade de suas carnes”. O órgão, que pertence ao Governo mexicano, informou por meio de nota ter solicitado aos seus homólogos brasileiros que “esclareçam a situação relativa à adulteração da carne”, assim como um relatório oficial completo que mostre quais medidas estão sendo tomadas para eliminar qualquer risco de que empresas agrícolas que exportam para o México remetam carnes adulteradas.
Da mesma forma, o país solicitou que lhe sejam informados os resultados do programa de vigilância da salmonela (uma bactéria presente em alguns lotes de carne brasileira que foram interceptados) tanto de 2016 quanto dos primeiros meses deste ano. “Uma vez obtidas as informações solicitadas, os técnicos mexicanos avaliarão se há ou não risco para os consumidores do país”, acrescentam as autoridades mexicanas.
A suspeita sobre o estado de alguns lotes de carne bovina brasileira veio à luz na sexta-feira passada, quando a Polícia Federal brasileira desencadeou uma grande operação para desmantelar uma rede de corrupção envolvendo empresas processadoras e fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura que autorizavam a comercialização de produtos que não cumpriam as normas de qualidade. Mais de 30 pessoas foram detidas e três dos 21 frigoríficos investigados foram fechados temporariamente.
A investigação abrange 29 companhias. Entre elas estão JBS e PRFoods, as maiores do setor no Brasil.
Todas elas negaram as irregularidades, mas isso não foi suficiente para que alguns dos maiores compradores de carne do mundo deixassem de aprovar medidas restritivas sobre os produtos agropecuários brasileiros até que a situação seja esclarecida. O escândalo ocorre no pior momento para o Brasil, justamente quando sua economia começava a dar sinais de recuperação após anos de recessão.
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