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Carmen Lúcia sobre estupro coletivo: “Inadmissível, inaceitável e insuportável”

Ministra do STF divulga nota em que afirma que todas as mulheres são vítimas da violência sexual

Ministra durante seção do STF
Ministra durante seção do STFDivulgação
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Ministra e vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, Carmen Lúcia é mais uma voz pública que se somou aos protestos contra o caso de estupro coletivo sofrido por uma adolescente de 16 anos, no Rio de Janeiro. Publicadas no Twitter, as imagens das agressões sexuais, em que a garota aparece sangrando, com diversos sinais de violência, e desacordada, chocaram parte da sociedade e reascenderam o debate sobre os assédios infligidos diariamente às mulheres. Em uma nota, divulgada nas redes sociais por assessores, a ministra do Supremo faz coro à indignação, classificando o caso como “inadimissível”, “insuportável” e “inaceitável”.

Leia abaixo o texto de Carmen Lúcia na íntegra:

"É inadmissível, inaceitável e insuportável ter de conviver sequer com a ideia de violência contra a mulher em nível tão assustadoramente hediondo e degradante"

"Não pergunto o nome da vítima: é cada uma e todas nós mulheres e até mesmo os homens civilizados, que se põem contra a barbárie deste crime, escancarado feito cancro de perversidade e horror a todo o mundo.

O gravíssimo delito praticado contra essa menor – mulher e, nessa condição, sujeita a todos os tipos de violência em nossa sociedade – repugna qualquer ideia de civilização ou mesmo de humanidade.

É inadmissível, inaceitável e insuportável ter de conviver sequer com a ideia de violência contra a mulher em nível tão assustadoramente hediondo e degradante. Não é a vítima que é apenas violentada. É cada ser humano capaz de ver o outro e no outro a sua própria identidade.

A luta contra tal crueldade é intensa, permanente, cabendo a cada um de nós – mais ainda juízes – atuar para dar cobro e resposta à sociedade contra tal chaga da sociedade.

O que ocorreu não é apenas uma injustiça a se corrigir; é uma violência a se responsabilizar e a se prevenir para que outras não aconteçam.

Repito: a nós mulheres não cabe perguntar quem é a vítima: é cada uma e todas nós. Nosso corpo como flagelo, nossa alma como lixo. É o que pensam e praticam os criminosos que haverão de ser devida e rapidamente responsabilizados."

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