Justiça mexicana afirma que os 43 estudantes de Ayotzinapa foram executados
Juízes federais descartam o delito de desaparecimento forçado durante a noite em Iguala e reforçam a teoria de homicídio

Os 43 estudantes da escola rural do magistério de Ayotzinapa, do Estado de Guerrero (México), cujo paradeiro é desconhecido desde 26 de setembro de 2014, não foram vítimas de um desaparecimento forçado, e sim executados, afirmaram juízes federais em uma série de sentenças difundidas no sábado pelo jornal mexicano Reforma.
O primeiro tribunal do distrito em Processos Penais Federais e o Segundo Tribunal Unitário de Tamaulipas emitiram suas sentenças em relação à presunção de que os estudantes de Ayotzinapa tinham sido privados de sua liberdade e que estavam sendo mantidos em cativeiro por alguma autoridade, situação que constituiria um desaparecimento forçado.
A constatação desse crime requer três condições: que os acusados se neguem a entregar informações fidedignas sobre o paradeiro das vítimas; que os civis envolvidos se aproveitem do apoio de funcionários públicos e que ajudem a ocultar as vítimas. Como o último fator citado não ocorreu, os tribunais já não analisaram as outras duas condições, pois a falta de apenas uma delas já descarta o crime.
Os indícios analisados pela Promotoria Geral, de acordo com os juízes, sugerem que os 43 estudantes foram vítimas de uma execução sumária, ou seja, foram julgados, condenados e executados de uma só vez, como em um fuzilamento.
“As perseveranças processuais apontam de forma coincidente que as vítimas não foram ocultadas; muito pelo contrário, foram detidas, privadas de liberdade e transladadas ao lugar onde foram executadas sumariamente”, explica a sentença dos juízes federais, segundo o jornal Reforma.
Absolvidos desse crime
Ao descartar o crime de desaparecimento forçado, as instâncias judiciais recusaram emitir ordens de busca e apreensão contra os 56 acusados, entre eles o ex-prefeito de Iguala, José Luis Abarca e sua esposa, María de los Ángeles Pineda (suspeitos de terem mandado matar os estudantes), os policiais municipais de Iguala e Cocula, e supostos membros do cartel Guerreros Unidos.
Na época, 120 políticos locais, policiais, supostos narcotraficantes e informantes foram detidos pelo caso de Iguala, mas a Promotoria não atribuiu responsabilidades a nenhum dos acusados pelo sequestro.
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