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Svetlana Aleksiévitch, ganhadora do Nobel, virá ao Brasil para a Flip

Autora feminista terá dois de seus livros lançados na carona da principal festa literária do país

Svetlana Alexiévich.
Svetlana Alexiévich.ISOLDE OHLBAUM (LAIF / CORDON PRESS)
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MATILDE CAMPILHO | Bonita é a poesia

A Festa Literária de Paraty (Flip) – no meio de um turbilhão de notícias que agitaram a já convulsionada vida política do país nesta sexta-feira – anunciou que terá a jornalista bielorrussa Svetlana Aleksiévitch como atração principal deste ano.

Era para ter sido um anúncio mais bombástico (no sentido positivo), porque Svetlana, de autora engajada de não-ficção, põe rosto nas vítimas anônimas das guerras e perseguições do regime soviético e pós-soviético. Sua obra é cada vez mais celebrada mundo afora.

Por seu engajamento e pela qualidade de sua escrita, ela foi a primeira mulher russa a levar o Prêmio Nobel de Literatura, no ano passado, e a 14ª mulher a ser reconhecida na história do prêmio. O seu caso é o primeiro em que se premiou uma escritora cuja obra não é de dramaturgia, de poesia ou de ficção. Leia o discurso proferido por ela na ocasião aqui (em inglês).

A informação foi confirmada pela Companhia das Letras nesta sexta-feira, já que a editora vai publicar, em abril, o livro Vozes de Tchernóbil, e em junho, A Guerra Não Tem Rosto de Mulher.

As mulheres devem ser pauta forte da Flip este ano. Ana Cristina César (1952-1983), poeta marginal dos anos 70, será a homenageada do evento, que tem curadoria do editor e jornalista Paulo Werneck pelo terceiro ano consecutivo. Essa é a 14 ª edição da festa, que acontecerá entre os dias 29 de junho e 3 de julho. No ano passado, outras poetisas foram ovacionadas em Paraty, entre elas a jovem portuguesa Matilde Campilho, campeã de vendas nas livrarias da cidade à época com seu Jóquei.

Voz da utopia

Filha de professores que trabalhavam em área rural, Svetlana Alexievich, de 67 anos, na cidade de Ivano-Frankivsk, na Ucrânia, mas cresceu em Belarus. Estudou jornalismo na Universidade de Minsk entre 1967 e 1972. Trabalhou para um jornal das fazendas coletivas soviéticas, onde reuniu entrevistas de mulheres que participaram da Segunda Guerra Mundial para o seu primeiro livro, o A Guerra Não Tem Rosto de Mulher.

Esse título foi o debut de um ciclo de livros em que a vida na União Soviética é retratada a partir da perspectiva do indivíduo, chamado Voices of Utopia. Por causa desse trabalho, seriamente crítico à sua terra natal, a escritora viveu muito tempo no exterior, em países como Itália, França, Alemanha e Suécia.

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