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Maduro anuncia “medidas” contra a Espanha por apoiar a oposição

Venezuelano acusa Rajoy de articular no Congresso pela libertação de presos políticos

Maduro, durante seu programa de televisão.Foto: reuters_live

O presidente Nicolás Maduro classificou nesta terça-feira como “uma agressão” o comunicado aprovado horas antes no parlamento espanhol a favor da libertação dos presos políticos na Venezuela. Ao ficar sabendo da exigência, o mandatário anunciou que seu Governo vai preparar “um conjunto de respostas”. “O louco do Rajoy, racista”, disse.

“Que opinem sobre suas mães, mas não opinem sobre a Venezuela”, falou durante a emissão de seu programa semanal de televisão, En contacto con Maduro, transmitido nesta terça-feira, do jardim da Casa Natal do Libertador Simón Bolívar, em Caracas. “Chega, Corte da Espanha abusadora, elite corrupta!”.

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O Congresso dos Deputados espanhol aprovou nesta terça-feira em Madri, com 306 votos a favor e apenas 19 contrários, um comunicado no qual exige a “libertação imediata” do dirigente do partido Vontade Popular (VP), Leopoldo López, e dos prefeitos Antonio Ledezma e Daniel Ceballos, assim como “dos outros opositores, manifestantes e estudantes” que estão presos. A iniciativa contou com o respaldo do oficialista Partido Popular (PP) e do PSOE, as duas maiores bancadas do Parlamento, e outros grupos políticos.

Maduro interpreta que o artífice do acordo foi o presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, a quem descreveu como “um racista” afiliado “à elite corrupta europeia” que sempre realiza “manobras, jogadas e coisas nojentas contra a Venezuela”.

Em outubro passado, Madri e Caracas viveram uma crise diplomática por causa da audiência que Rajoy concedeu, na sede do PP em Madri, a Lilian Tintori, esposa de Leopoldo López. Na época, o chefe de governo espanhol difundiu em sua conta de Twitter sua preocupação com López e sua afirmação de que o opositor venezuelano devia ser libertado. Em resposta a esse gesto, Maduro chamou para consulta o embaixador venezuelano em Madri, Mario Isea, que só se reincorporou a seu cargo no mês de março.

Também em março de 2015, o regime chavista improvisou uma exposição em Madri com as conquistas de seu Governo, com o objetivo de – como disse Maduro – mostrar “a verdade da Venezuela” e responder ao que caracteriza como uma campanha da imprensa espanhola contra a revolução bolivariana.

Acabaram seus abusos, Rajoy. Que toda a Espanha saiba disso Maduro

Agora, depois da votação parlamentar do outro lado do Atlântico, o presidente venezuelano disse que está preparado para a batalha: “Nas próximas horas anunciarei medidas. Durante meses alertei a Espanha por vias diplomáticas que não se metesse com a Venezuela (...) Se vierem atrás de nós, vão nos encontrar. E nos encontraram. Eu digo a eles: acabaram seus abusos, Rajoy. Que toda a Espanha saiba disso”.

Maduro voltou ao país na segunda-feira depois de sua participação na Cúpula das Américas, no Panamá, com uma escala de 24 horas em Havana, para onde viajou a fim de se reunir com o ex-presidente cubano e líder revolucionário Fidel Castro. Desde que voltou à Venezuela, o sucessor de Hugo Chávez se declarou disposto a “radicalizar”, em especial para enfrentar a classe empresarial, acusada de sabotagem e de realizar uma “guerra econômica” contra o regime.

O programa desta terça-feira coincidiu com dois aniversários que Maduro relembrou com solenidade: o 13º aniversário da restituição de Hugo Chávez ao poder, derrubado durante apenas 47 horas por um golpe em abril de 2002, e o segundo aniversário das eleições nas quais o próprio Maduro, em dura – e controvertida – disputa com o candidato opositor, Henriques Capriles Radonski, terminou eleito presidente.

“A Venezuela não vai permitir a agressão da corte da Espanha”, disse, “nem de mil cortes que venham de Madri”.

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