Agência mantém nota de crédito do Brasil por “correção de política”
Standard & Poor's aposta na "politicamente desafiadora" correção de rumo de Dilma


Após uma sequência de notícias ruins, com manifestações populares contra seu Governo e ministro de Estado perdendo o posto durante bate-boca no Congresso Nacional, a presidenta Dilma Rousseff enfim tem algo a celebrar. Na noite desta segunda-feira, a agência de classificação de risco Standard & Poor's manteve o rating de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil em "BBB-", por conta da mudança de rumo na condução da política econômica no segundo mandato da presidenta.
Apesar das dificuldades que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem enfrentado ao negociar as mudanças de política com a base do Governo no Congresso, a agência manteve a perspectiva estável, baseada na expectativa de que a "politicamente desafiadora correção de política em curso continuará angariando apoio da presidenta Rousseff, e, finalmente, do Congresso, restaurando gradualmente a credibilidade política perdida e pavimentando o caminho para perspectivas de um crescimento mais forte no próximo ano e daí por diante".
No relatório divulgado pela S&P, os analistas dizem que "em uma reversão da política de seu primeiro mandato, a presidente encarregou sua equipe econômica de desenvolver um ajuste acentuado nas diferentes políticas — não só fiscal — para restaurar a credibilidade perdida e fortalecer os perfis fiscal e econômico do Brasil que agora estão mais fracos". A agência diz ainda que o rebaixamento da nota brasileira no ano passado já incorporava um cenário mais difícil deste ano.
A S&P avalia ainda que deve levar algum tempo para que sejam corrigidos os efeitos das manobras fiscais, segundo a agência "maiores que o esperado", feitas em 2014, em meio a um cenário de contração econômica que é agravado pelos efeitos da investigação do esquema de corrupção na Petrobras, investigado no âmbito da Operação Lava Jato. Por outro lado, a agência destaca que a mudança na condução da política econômica, incluindo a repressão de preços administrados.
A expectativa da S&P para o PIB brasileiro em 2015 é de retração de 1%, passando para crescimento de 2% em 2016 e de 2,3% em 2017. A retração prevista para este ano reflete o impacto dos apertos fiscal e monetário, uma queda no investimento da Petrobras e sua cadeia de fornecimento no setor de construção, e apoio limitado das exportações no curto prazo.
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