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Polícia Federal prende executivos envolvidos no caso Petrobras

Na sétima etapa da Operação Lava Jato, foram bloqueados 720 milhões de reais em bens de 36 investigados

Carla Jiménez
O ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, ao ser preso no Rio.
O ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, ao ser preso no Rio.Márcia Foletto (Ag. O Globo)

Trezentos policiais, 85 mandatos judiciais e 29 prisões em cinco Estados, incluindo executivos que trabalharam na Petrobras e em empresas fornecedoras do grupo. A ação cinematográfica da Polícia Federal, deflagrada na manhã desta sexta-feira, faz parte da sétima etapa da investigação da operação Lava Jato, que trouxe à tona uma rede de corrupção dentro da maior companhia estatal brasileira, que pode chegar a 10 bilhões de reais. A polícia informou ter obtido, nesta sexta, o bloqueio de 720 milhões de reais em bens de 36 investigados.

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Agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão de documento em diversas empresas, entre elas a empreiteira Odebrecht, que tem relacionamento estreito com o setor público por ser uma das principais companhias que realiza obras públicas. Entre as companhias citadas, estão Camargo Corrêa, Odebrecht, OAS, UTC Engenharia, Engevix, Iesa, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia e Mendes Júnior. Um vice-presidente da Mendes Junior estaria negociando a sua prisão. O ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, que havia sido indicado por José Dirceu, ex-presidente do PT e ex-ministro da Casa Civil, condenado pelo esquema do mensalão, também foi detido nesta sexta.  “Já há elementos para deter os indiciados”, disse Carlos Fernando dos Santos Lima, procurador regional da República, no Paraná. Todos os detidos pela PF serão encaminhados para Curitiba, a capital paranaense, onde está concentrada a investigação.

A operação acontece enquanto a presidenta Dilma Rousseff (PT) se encontra na Austrália para a reunião do G-20, e um dia depois de a Petrobras anunciar que o resultados da empresa do terceiro trimestre, que deveria ser conhecido hoje, seria adiado para “obter maior aprofundamento nas investigações em curso”. A petroleira contratou dois escritórios de advocacia especializados em investigação, um no Brasil e outro nos Estados Unidos, para “proceder aos possíveis ajustes nas demonstrações contábeis” com base nas denúncias e investigações relacionadas à “Operação Lava Jato”.

As incertezas sobre a investigação, unidas às incertezas políticas com a reforma ministerial que deve acontecer na semana que vem, trouxeram volatilidade ao mercado financeiro. O dólar ultrapassou a barreira de 2,60 reais, depois de nove anos, e a bolsa de valores abriu em queda. Às 13h, ela operava em 0,80% negativos, enquanto as ações da Petrobras caíam 4,34%. A operação foi deflagrada um dia antes das manifestações marcadas em diversas cidades contra o Governo Rousseff.

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