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Quatro jovens fogem do sequestro dos terroristas do Boko Haram na Nigéria

Um membro do primeiro escalão do Governo de Borno confirma a fuga Outras 219 estudantes seguem nas mãos do grupo terrorista islamita

Estudiantes liberianas acendem vai-as para apoiar às jovens nigerianas sequestradas.
Estudiantes liberianas acendem vai-as para apoiar às jovens nigerianas sequestradas.AHMED JALLANZO (EFE)

Quatro das jovens sequestradas no mês passado pela milícia islamita Boko Haram no Nordeste da Nigéria conseguiram escapar de seus raptores, que ainda mantêm retidas outras 219 adolescentes, segundo o responsável pela Educação do Estado de Borno, Musa Inuwa, informou a agência Reuters.

As crianças estavam nas aulas no dia 14 de abril em uma escola secundária da aldeia de Chibok quando um grupo armado invadiu o centro. Os milicianos rodearam a escola e botaram as adolescentes em caminhões. Depois do sequestro, 53 reféns conseguiram escapar, às quais se somariam as quatro confirmadas agora por Inuwa.

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O grupo terrorista anunciou público no dia 12 de maio um vídeo no que, pela primeira vez, mostrava imagens de suas reféns recitando um trecho do Corão e no qual seu líder, Abubakar Shekau, propunha que só libertará as jovens mediante uma troca de prisioneiros.

O vídeo, que dura 17 minutos, mostra a uma centena de jovens sentadas no chão e vestidas com o véu íntegro muçulmano em um local desconhecido depois que, segundo o próprio Shekau, foram convertidas ao Islã. A maioria das garotas são cristãs. Posteriormente, três delas tomam a palavra, duas das quais asseguram ter se convertido ao islamismo, enquanto a terceira é de religião muçulmana. Uma delas explica que não sofreram nenhum tipo de maltrato. Durante sua intervenção, o líder de Boko Haram, que aparece sentado, sorridente e portando um fuzil kalashnikov, se expressa em árabe e hausa para afirmar que “estas crianças das que tanto os preocupam já foram libertadas e sabem como? Porque converteram-se em muçulmanas”, para depois acrescentar que “não as libertaremos senão após que vocês libertem nossos irmãos”.

Os Estados Unidos enviaram uns oitenta militares ao Chade, um aliado de Washington na África, para ajudar a localizar e resgatar as estudantes. O presidente dos EUA, Barack Obama, notificou na quarta-feira que estas tropas “apoiarão a operação de inteligência, vigilância e reconhecimento aéreo” no norte da Nigéria, onde supostamente se encontram as crianças.

Os oitenta militares que participarão na busca das sequestradas se somam aos trinta especialistas que o Governo Obama enviou há uns dias para respaldar o Governo nigeriano no esforço de resgate.

O anúncio de Obama no dia 22 de maio chegou duas semanas após que o sequestro das alunas de uma escola nigeriana chocasse a opinião pública mundial e mobilizasse pelas redes sociais até o presidente dos EUA e a primeira-dama, Michelle Obama. “Talvez este seja o acontecimento que finalmente mobilize toda a comunidade internacional para fazer algo contra esta organização horrenda que perpetrou este crime horrível”, disse Obama em 6 de maio, durante uma entrevista televisiva.

Na Espanha, o Congresso dos Deputados pediu nesta quarta-feira o Governo que contribua a remover os obstáculos que impedem que a comunidade internacional "intervenha com eficácia no combate" à organização criminosa Boko Haram.

A Comissão de Assuntos Exteriores da Câmara Baixa aprovou por unanimidade uma proposição de lei, apresentada originalmente por UPN, mas cujo texto se modificou e pactuou posteriormente com PP, PSOE e PNV.

A iniciativa solicita ao Executivo que "impulsione" na ONU" a criação de um grupo de trabalho que contribua eficazmente a erradicar a marca da violência que geram os movimentos terroristas" e a "criação de um instrumento internacional de ajuda e colaboração com as instituições da Nigéria para enfrentar conjuntamente este fenômeno", informa a Europa Press.

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