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Vários atentados deixam quase 150 mortos em dois dias na Nigéria

Um ataque supostamente perpetrado pelo Boko Haram no norte mata ao menos 30 nesta quarta Na véspera, dois atentados na região central do país deixaram 118 mortos

Local onde dois carros-bomba foram detonados na terça-feira.
Local onde dois carros-bomba foram detonados na terça-feira.STR (AFP)

Ao menos 30 pessoas morreram nesta quarta-feira em outro ataque supostamente perpetrado pela seita islâmica Boko Haram. O atentado foi cometido na localidade de Shawa, no norte da Nigéria, segundo informaram algumas testemunhas ao diário local Leadership, que descreveu que um grupo de homens armados invadiu na madrugada a cidade e durante horas mataram os seus moradores, saqueando e incendiando as suas casas.

"Por volta das 4h (local) começamos a ouvir o ruído dos veículos e depois ouvimos disparos", relatou Al Musa Yakubu, um morador do povoado que conseguiu fugir durante o ataque desta quarta-feira. Muhammed Gava, um porta-voz do Grupo de Vigilância Nigeriana, uma ONG dedicada à proteção dos cidadãos, confirmou ao mesmo diário que pelo menos 30 pessoas morreram na ação.

O ataque ocorreu um dia após 118 pessoas morrerem em um atentado com dois carros bomba perpetrado em um movimentado mercado da cidade de Jos, no centro do país africano. Nessa ocasião, segundo relatos da imprensa nigeriana, a primeira explosão ocorreu por volta das 14h30 (horário local) por um carro bomba no mercado Nova Abuja. Meia hora depois, e quando as equipes de resgate e a população se juntavam para o atendimento dos feridos, um micro-ônibus explodiu.

Embora a ação desta quarta-feira não tenha sido reivindicada por nenhum grupo, suspeita-se que tenha sido perpetrada pelo Boko Haram, que nos últimos cinco anos assassinou cerca de 4.000 pessoas na Nigéria.

A localidade de Shawa se encontra no estado de Borno (norte), bem perto de Chibok, onde em 14 de abril o Boko Haram invadiu uma escola e sequestrou mais de 200 crianças que ainda mantém como reféns.

O Boko Haram, que significa "a educação não islâmica é pecado", luta para impor a sua interpretação da sharia (ou lei islâmica) na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul.

Com cerca de 170 milhões de habitantes integrados em mais de 200 grupos tribais, a Nigéria, país mais povoado da África, sofre múltiplas tensões por suas diferenças políticas, socioeconômicas, religiosas e territoriais.

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