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Pfizer acredita que “provavelmente” será necessária uma terceira dose da vacina contra a covid-19

Executivo-chefe do laboratório diz que a injeção de reforço seria aplicada entre 6 e 12 meses depois da segunda. Governo brasileiro aguarda 15,5 milhões de doses do imunizante a partir deste mês

Luis Pablo Beauregard
Operário da construção civil recebe a vacina da Pfizer em Nova York.
Operário da construção civil recebe a vacina da Pfizer em Nova York.Mary Altaffer (AP)
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Misturar duas vacinas vira estratégia para destravar luta contra o coronavírus

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O executivo-chefe da Pfizer, Albert Bourla, deixou entrever a necessidade de uma terceira dose da vacina contra o coronavírus, em vez de duas. “Provavelmente será necessária em algum ponto entre 6 e 12 meses [depois da segunda dose]. E, a partir daí, haverá uma vacinação anual, mas tudo isto terá que ser confirmado”, afirmou o principal executivo do laboratório farmacêutico em uma conversa com a rede de farmácias CVS, gravada no começo de abril, mas exibida apenas nesta quinta-feira. Segundo Bourla, o cenário pode mudar dependendo da eficácia dos medicamentos contra novas variantes. Os cientistas temem que as novas mutações do coronavírus sejam resistentes às imunizações.

A vacina da Pfizer ―da qual o Governo brasileiro aguarda 15,5 milhões de doses a partir deste mês― tem eficácia de 92% para prevenir os casos mais graves de contágio pelo coronavírus, segundo um dos maiores estudos realizados até o momento, pela empresa de planos de saúde Clalit, a maior de Israel. A companhia vacinou metade de seus 1,2 milhão de segurados e constatou a eficácia da proteção entre esses 600.000 imunizados, em comparação com a outra metade não vacinada, que serviu como grupo de controle.

A Pfizer tinha anunciado que a imunidade tinha uma janela de seis meses depois da administração da segunda dose. A terceira injeção deveria vir no semestre que vem. O laboratório Moderna, que utiliza em sua vacina uma tecnologia similar à da Pfizer-BioNTech, também tem uma alta eficácia durante esse período, conforme publicou a revista The New England Journal of Medicine.

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David Kessler, encarregado da gestão da pandemia no Governo de Joe Biden, também advertiu na quinta-feira que a população norte-americana deve se preparar para receber uma terceira dose da vacina. “Neste momento não sabemos tudo (...). Estamos estudando a duração da reação dos anticorpos”, afirmou o médico pediatra durante uma reunião com legisladores. No encontro, o funcionário fez um apelo a todos os norte-americanos para que continuem se vacinando. “Nada deve distraí-los do fato de que vocês precisam ser vacinados e que temos as doses suficientes”, afirmou Kessler, em referência à suspensão das injeções do imunizante do laboratório Janssen por seus possíveis vínculos com casos de trombose.

Os Estados Unidos também estão monitorando infecções em pessoas que completaram as duas doses da vacina, segundo Rochelle Walensky, diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês). De 77 milhões de pessoas imunizadas nos Estados Unidos, 5.800 foram infectadas, das quais 396 tiveram que ser internadas e 74 morreram, disse Walensky em depoimento a uma subcomissão da Câmara de Representantes (deputados).

O executivo-chefe da Pfizer disse que a vacinação é uma ferramenta importante para enfrentar as variantes da covid-19 que já demonstraram ser mais contagiosas. O laboratório divulgou em um de seus estudos que seu medicamento é menos potente contra a mutação do vírus surgida na África do Sul, que já soma mais de 300 casos em 25 Estados norte-americanos. A empresa anunciou em 26 de fevereiro que estudaria a possibilidade de injetar uma terceira dose nas pessoas vacinadas para tentar reforçar a proteção contra estas variantes. Bourla disse na ocasião que com esta dose seria possível melhorar entre 10 e 20 vezes a reação dos anticorpos e salientou que essa vacina poderia chegar a ser tão comum como a imunização anual contra a gripe.

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