Britney Spears é libertada da tutela do pai após 13 anos

Finalmente. Livre do pai e de sua tutela. Depois de 13 anos, Britney Spears poderá tomar decisões por si mesma e sobre sua fortuna de mais de 60 milhões de dólares (cerca de 325 milhões de reais). A prisão em que Britney vivia e o silêncio que a cercava foram rompidos em junho, quando a intérprete de Baby One More Time relatou a um tribunal de Los Angeles o inferno que vivia sob as ordens do pai. Oficialmente, o senhor Spears deixa de controlar cada minuto e cada dólar da vida da filha. Britney Spears tem 39 anos.

Britney condensou em 20 minutos de exposição por Zoom em junho mais de 13 anos de confinamento físico e psicológico. A diva disse que não ousou dar esse passo antes porque pensava que ninguém acreditaria em sua história. Tinha sido carne dos tabloides. Continua sendo. “Achava que as pessoas zombariam de mim”, disse na época, “mas agora quero recuperar minha vida”. “Já chega”, disse quem nunca saiu do topo da indústria musical, na qual se exibia, e na qual foi refém do pai.

A juíza Brenda Penny nomeou nesta quarta-feira um contador como tutor legal transitório das finanças da estrela e estabeleceu a data de 13 de novembro para a próxima audiência. Hoje foi o dia. O dia em que Britney Spears esteve mais perto do que nunca da liberdade que reivindicou durante 13 anos. Desde que em junho deu um doloroso depoimento por Zoom sobre o inferno que tinha sido sua vida. “Meritíssima, meu pai deveria estar na prisão”, disse a artista para comoção mundial de seus seguidores. A equipe jurídica da cantora ameaçou entrar com uma ação contra a família Spears pelos danos causados. Britney não esteve presente no tribunal hoje. Os pais da estrela, Jamie e Lynne Spears, compareceram via Zoom, junto com o advogado de Britney, Mathew Rosengart. Os que estavam presentes desde o início da manhã eram seus seguidores, aqueles que criaram um movimento sob o slogan Free Britney (Libertem Britney).

Movimentos para sua libertação, documentários

Uma onda de protestos começou em 2019, quando todos os alarmes dispararam. Britney não estava bem, por mais que o declarasse em sua conta do Instagram. Os dois últimos documentários o provam. Eles mostram o manejo por parte de um dos pais mais famosos do planeta de uma mulher que foi privada de poder tomar a mais mínima decisão sobre sua vida. Para o advogado da artista, que finalmente ela mesma conseguiu escolher em julho, Mathew Rosengart, Britney tinha de acabar “com o pesadelo kafkiano imposto pelo pai, para que tanto sua dignidade quanto suas liberdades mais básicas” fossem restabelecidas.

O adjetivo kafkiano chegou a não corresponder à sua definição. Segundo as últimas informações escandalosas —reveladas no documentário do jornal The New York Times—, a intérprete foi submetida à vigilância de forma constante, inclusive nos momentos mais privados, assim como as pessoas mais próximas dela. Segundo o jornal nova-iorquino, o pai da estrela contratou uma empresa de segurança para controlar a cantora e saber tudo o que ela falava, não só em público, mas também em privado, por exemplo, em seu quarto ou nas conversas com o namorado e os filhos.

A audiência desta quarta-feira para apresentar ao juiz os argumentos sobre o fim da tutela estava marcada para 28 de janeiro deste ano, mas finalmente chegou no outono [no hemisfério norte]. O pai de Spears tornou-se o tutor legal de Britney em 2008, durante um período marcado pelo comportamento errático da cantora em que chegou a perder a guarda dos filhos. Jamie Spears supervisionou por decisão judicial desde as finanças até os menores detalhes da vida da cantora, a partir do momento em que esta sofreu um colapso nervoso diante dos olhos do mundo. A artista, que está sem cantar desde o fim de 2018, levantou a voz em junho com um depoimento pungente. “Meritíssima, meu pai e todos os envolvidos nesta custódia, incluindo meu empresário, que teve um papel fundamental na minha punição... deveriam estar na prisão”, disse a estrela.

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