Coreia do Norte diz ter testado com sucesso míssil de cruzeiro de longo alcance
Projéteis voaram por 1.500 quilômetros antes de afundarem em águas territoriais do próprio país, segundo a imprensa estatal, no que pode ser o primeiro míssil com capacidade nuclear do regime
A Coreia do Norte testou com sucesso neste fim de semana um novo míssil de cruzeiro de longo alcance, informou a imprensa estatal do país. Nos testes realizados no sábado e domingo, os projéteis voaram 1.500 quilômetros antes de alcançar seus alvos e caírem nas águas do próprio território, segundo a agência oficial de notícias norte-coreana, KCNA. Analistas dizem que esse pode ser o primeiro míssil com capacidade nuclear do regime de Kim Jong-un.
O suposto sucesso com o teste de “uma arma de grande importância estratégica”, segundo a estatal, demonstra um constante avanço na corrida armamentista de Pyongyang, enquanto permanecem suspensas desde 2019 as negociações destinadas a desmantelar o programa militar do país em troca de um alívio das sanções dos Estados Unidos.
Os mísseis de cruzeiro da Coreia do Norte costumam suscitar menos preocupação que os balísticos porque não são explicitamente proibidos pelas resoluções do Conselho de Segurança da ONU. No entanto, “este poderia ser o primeiro míssil de cruzeiro da Coreia do Norte explicitamente definido como ‘estratégico’”, disse Ankit Panda, pesquisador principal da Fundação Carnegie para a Paz Internacional, com sede nos Estados Unidos.
Não está claro se a Coreia do Norte já dispõe da tecnologia necessária para construir ogivas nucleares suficientemente pequenas para serem transportadas em um míssil de cruzeiro, mas seu líder, Kim Jong-un, declarou no começo deste ano que a miniaturização dessas armas é um objetivo prioritário para o seu país.
As duas Coreias travam uma acelerada corrida armamentista que, advertem os analistas, pode conduzir a uma competição por mísseis mais novos e potentes na região. O Exército da Coreia do Sul não confirmou ter detectado estas últimas provas do seu vizinho do norte. Mas nesta segunda-feira as autoridades de Seul afirmaram estar levando a cabo uma análise detalhada dessa questão em cooperação com os Estados Unidos, algo confirmado pelo Comando Indo-Pacífico do Exército norte-americano.
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