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Afinal, por que Messi não renovou com o Barcelona? Era possível? E qual a dívida do clube?

Perguntas e respostas sobre o adeus do craque argentino ao clube catalão

Retrato do atacante argentino Lionel Messi na loja oficial do Barcelona, ​​nesta sexta-feira, na capital catalã.
Retrato do atacante argentino Lionel Messi na loja oficial do Barcelona, ​​nesta sexta-feira, na capital catalã.Alejandro García (EFE)
Amaya Iríbar
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Por que Messi não renovou?

Segundo o presidente do Barcelona, Joan Laporta, clube e jogador chegaram a um acordo, mas a precária situação econômica do Barça e as regras salariais da LaLiga (entidade que organiza o campeonato espanhol) impediram o argentino de se inscrever para a próxima temporada. Isso torna impossível sua permanência no Barcelona —clube que defendeu desde as categorias de base e onde jogou por 17 temporadas. Messi é o jogador que mais vestiu a camisa do Barça (778) e também o maior artilheiro da história do clube (672). É, também, o mais bem pago: o seu último salário anual, entre valores fixos e variáveis, era de 138 milhões de euros (cerca de 850 milhões de reais).

Ele ainda pode renovar?

O prazo para a inscrição de jogadores para esta temporada termina em 31 de agosto. No entanto, as negociações foram interrompidas e o Barcelona já se aceitou que vai perder sua principal estrela. “Não quero gerar falsas esperanças”, disse Joan Laporta em uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira. “A negociação foi concluída.”

O que pensam Messi e seu entorno?

O jogador encerrou as férias em Ibiza e voltou ao Barcelona na última quarta-feira. Quem negociou com o clube foi seu pai e representante, Jorge Messi. De acordo com o Barça, a estrela argentina chegou a um acordo com o clube em julho, o que incluía um corte de 50% no salário em troca da assinatura de um contrato de cinco anos. O jogador havia aceitado receber uma quantia global de 350 milhões de euros (2,17 bilhões de reais) até 2026.

Qual é o limite salarial na LaLiga?

A LaLiga, como todas as grandes competições, há anos determina regras financeiras e salariais aos clubes para garantir sua própria viabilidade e também a do torneio. O limite salarial é a quantia com a qual o clube pode arcar sem violar as regras de pagamento de salários aos jogadores da primeira divisão e à comissão técnica. Este limite pode ser modificado se o clube adquirir novas receitas ao longo da temporada.

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E como é calculado?

A cada temporada, o departamento de controle financeiro da LaLiga analisa e valida o orçamento de todos os clubes, ao passo que também determina quanto cada um deles pode destinar para pagar os salários da equipe —tudo com base em quanto o clube tem de receita. Tal montante resulta da retirada do orçamento anual dos custos de estrutura e do pagamento da dívida. No caso do Barcelona, o limite de gastos com salários para a próxima temporada é de 347 milhões de euros (na temporada passada foram 506 milhões de euros).

Qual é a situação econômica do Barcelona?

O clube está com sérios problemas financeiros. “Recebemos uma herança desastrosa, que fez com que a folha salarial do esporte chegasse a 95% da receita total do clube; não temos nenhuma margem”, disse Joan Laporta nesta sexta-feira. Com o salário de Messi, esse número subiu a 110%. O Barcelona registra 487 milhões em perdas (cerca de 3 bilhões de reais) e tem uma dívida total de 1,17 bilhão (7,25 bilhões de reais).

O que diz a LaLiga?

A LaLiga se mostrou inflexível com o caso Messi. “O Barça conhece as regras e não há exceções”, disse o seu presidente, Javier Tebas.

O que o fundo CVC tem a ver com o caso Messi?

A LaLiga chegou a um acordo com o fundo de investimento CVC, que injetaria 2,7 bilhões de euros (17,7 bilhões de reais) na competição e em seus clubes. O contrato poderia significar uma receita extra de 284 milhões (cerca de 1,8 bilhão de reais) para o Barcelona, que, no entanto, se opõe à operação por entender que isso significaria hipotecar os direitos televisivos do clube por décadas. O presidente da LaLiga, Javier Tebas, respondeu em sua conta no Twitter: “Olá @joanlaportaFCB, você sabe que a operação do CVC não hipoteca os direitos do Barcelona por 50 anos e o que faz é que eles tenham mais valor para todos os clubes e, assim, você pode HIPOTECAR OS SEUS BANCOS e resolver a grande dívida. É assim que você entendeu algumas horas atrás”. O presidente do FC Barcelona, Joan Laporta, comentou esta mensagem na coletiva de imprensa: “Olá, Javier. Te direi que não interpretamos dessa forma. Aqui se trata de hipotecar os direitos audiovisuais do Barça durante meio século. Esta operação, como você bem sabe, gera um certo risco que não pretendo assumir como presidente do clube”.

O que a Superliga tem a ver com essa novela?

O Barcelona, assim como o seu maior rival, o Real Madrid, é defensor da Superliga, um macroprojeto para substituir as atuais competições e por meio do qual os grandes clubes europeus administrariam diretamente os torneios e suas respectivas receitas. O projeto coloca os clubes contra a UEFA e a LaLiga. A Superliga ficou paralisada há alguns meses por não ter encontrado apoio suficiente entre os clubes, mas os planos ainda estão em andamento.

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