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Choque entre trens deixa ao menos 36 mortos no Paquistão

Equipes de resgates tentam liberar dezenas de passageiros presos nas ferragens das composições, onde viajavam 900 pessoas

Membros das equipes de resgates sobre o teto de um dos vagões acidentados no choque entre dois trens na província paquistanesa de Sindh, nesta segunda-feira.
Membros das equipes de resgates sobre o teto de um dos vagões acidentados no choque entre dois trens na província paquistanesa de Sindh, nesta segunda-feira.STRINGER (Reuters)
Ángeles Espinosa
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Mais de 30 pessoas morreram e pelo menos outras cem ficaram feridas nesta segunda-feira após o choque entre dois trens na província de Sindh, no sul do Paquistão, segundo a imprensa local. As equipes de resgates temem que o número de mortos aumente, pois ainda há passageiros presos nos vagões, e a ausência de equipamentos adequados atrasou as tarefas de salvamento. O acidente, que paralisou o tráfego ferroviário em todo o país, expõe a precária manutenção de uma rede com um século e meio de antiguidade.

De acordo com a porta-voz da empresa ferroviária Pakistan Railways (PR), Nazia Jabeen, o acidente ocorreu pouco depois das 3h30 (19h30 de domingo em Brasília), quando o Millat Express, que tinha saído de Karachi, a capital de Sindh, com direção a Sarghoda, 1.200 quilômetros ao norte, descarrilou e caiu sobre a outra via. A composição então se chocou contra o trem Sir Syed Express, que vinha de Rawalpindi, nas proximidades da estação de Raiti, no distrito de Ghotki, ainda dentro da província de Sindh. “O condutor tentou utilizar o freio de emergência, mas a locomotiva atingiu os vagões atravessados na via”, afirma o comunicado. Ao todo, 900 pessoas viajavam nos trens acidentados.

Entre 15 e 20 passageiros estavam presos nos vagões tombados do Millat Express no final da manhã, segundo o superintendente da polícia de Ghotki, Umar Tufail, citado pelo jornal Dawn. As autoridades estavam tentando enviar equipamentos pesados para resgatar essas vítimas, mas Turail temia que o número de mortos aumentasse, já que um dos vagões permanecia inacessível.

Segundo esse policial, já foram recuperados 36 corpos, e outros quatro foram localizados, mas não puderam ser resgatados. Anteriormente, a porta-voz ferroviária havia dito que dois dos 31 corpos levados aos hospitais eram de funcionários da PR. O Exército enviou soldados e ambulâncias com pessoal médico para ajudar nas tarefas. Além disso, uma equipe de engenheiros militares viajava de helicóptero à área para colaborar na retirada dos restos do trem.

O primeiro-ministro Imran Khan declarou-se “comovido” com o acidente. “Pedi ao ministro das Ferrovias que se desloque ao local e assegure a assistência médica aos feridos e apoio às famílias dos mortos. Ordenei uma investigação completa sobre as falhas de segurança”, tuitou.

Àquela altura, a mídia paquistanesa já divulgava depoimentos de funcionários da PR criticando o estado da rede. “A via tem problemas em vários pontos, os vagões são velhos, alguns têm 40 anos”, declarava Khalid Latif ao canal Geo News, segundo a Reuters. “Várias vezes eu disse aos superiores: ‘Por favor, façam algo a respeito’”, acrescentava esse ferroviário.

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De fato, os acidentes são habituais numa infraestrutura que começou a ser construída pelos britânicos na segunda metade do século XIX e que clama por uma modernização. Em 2005, no mesmo distrito onde ocorreu o acidente desta segunda, 130 pessoas morreram quando um trem lotado colidiu com outro que estava parado numa estação, e um terceiro golpeou os vagões danificados. Em julho do ano passado, ao menos 19 pessoas morreram e outras 15 ficaram feridas quando um trem atingiu um ônibus de passageiros na província do Punjab.

Também o ministro da informação, Fawad Chaudhry reconheceu que o sistema “necessita de uma revisão faz tempo”. Mas os sucessivos governos não obtiveram o financiamento necessário. Alguns responsáveis esperavam que a China oferecesse ajuda como parte de sua nova Rota da Seda, que já a levou a investir em vários projetos de infraestrutura e energia no Paquistão.

Enquanto isso, apenas os cidadãos de recursos limitados recorrem ao trem, que é extremamente lento, e quem pode se permitir viaja de ônibus nos trajetos curtos ou de avião nos mais longos.

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