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Câmara dos Representantes cancela sessão de quinta-feira devido à ameaça de ataque ao Capitólio

Polícia alerta para um possível complô liderado por grupos de milícias. Senado mantém agenda inalterada

Imagem de arquivo do ataque ao Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro, em Washington.
Imagem de arquivo do ataque ao Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro, em Washington.J. Scott Applewhite (AP)
Antonia Laborde

A polícia do Capitólio advertiu na quarta-feira que relatórios de inteligência alertam sobre um possível ataque ao prédio federal por um grupo de milícias nesta quinta-feira, 4 de março. Seguidores do movimento conspiranoico e supremacista branco QAnon acreditam que o ex-presidente Donald Trump retornará, nesta quinta, ao poder. Depois de receber o alerta, a Câmara dos Representantes decidiu suspender a sessão, ao contrário do Senado, que mantém sua agenda inalterada. Os arredores do Capitólio permanecem blindados e cerca de 5.000 membros da Guarda Nacional o vigiam desde o ataque sem precedentes realizado por simpatizantes de Trump em 6 de janeiro.

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“O Departamento de Polícia do Capitólio dos Estados Unidos está ciente e preparado para qualquer ameaça potencial aos membros do Congresso ou ao complexo do Capitólio”, disse a polícia do Capitólio em um comunicado. Para aumentar a segurança, a polícia do Capitólio está trabalhando de maneira conjunta com os agentes de segurança locais, estaduais e federais. “Levamos as [informações de] inteligência a sério”, afirmou.

O Chefe interino da polícia do Capitólio, Yogananda Pittman, disse aos congressistas na quarta-feira que “melhorou” a segurança ao redor do complexo do Capitólio. “Estamos preparados para responder apropriadamente”, disse Pittman, mas se recusou a dar detalhes sobre as ameaças. A Câmara dos Representantes decidiu adiantar para esta noite a votação sobre uma reforma da força policial.

O 4 de março é a data original fixada para a posse presidencial na Constituição, antes da ratificação da 20ª Emenda em 1933 que a alterou para 20 de janeiro. Os seguidores do QAnon acreditam que o presidente Joe Biden roubou a eleição de Trump, que insistiu em promover a fraude eleitoral, e confiam que o republicano tomará o poder na quinta-feira.

A polícia do Capitólio está sob escrutínio por sua frouxa resposta ao ataque de 6 de janeiro, em que centenas de trumpistas conseguiram passar pelas cercas de segurança sem dificuldade e entrar no prédio. Cinco pessoas, incluindo um policial, morreram durante a violenta jornada. Nas últimas semanas a maneira de atuar da polícia tem sido o foco de várias investigações do Congresso.

A informação de inteligência provém de um documento interno do FBI elaborado no final de fevereiro no qual descreve um suposto complô perpetrado por um grupo de milícias, inclusive o grupo paramilitar Los Tres por Ciento, que estariam cogitando o uso de táticas diversionistas “como a detonação de uma bomba” para afastar as forças da ordem do Capitólio antes de atacá-lo, de acordo com uma fonte policial citada pela ABC.

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