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Biden impulsiona sua agenda contra o racismo sistêmico nos Estados Unidos

Presidente norte-americano assina uma série de ordens executivas para garantir maior igualdade

Um cartaz do movimento Black Lives Matter, em Nova York, em março de 2020.
Um cartaz do movimento Black Lives Matter, em Nova York, em março de 2020.BRENDAN MCDERMID (Reuters)
Antonia Laborde
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O presidente Joe Biden assinou nesta terça-feira uma série de ordens executivas (medidas provisórias) apresentadas como o início de um titânico esforço para erradicar o racismo sistêmico nos Estados Unidos, um país que ainda vive a ressaca da maior onda de protestos raciais em meio século. Os decretos presidenciais estão focados em fortalecer as leis contra a discriminação às minorias em questões habitacionais, combater a xenofobia contra os norte-americanos de origem asiática e aumentar a soberania das comunidades indígenas no país. Uma medida particularmente bem recebida foi a eliminação dos contratos do Departamento de Justiça com as penitenciárias privadas, interpretada como um passo para a igualdade perante a Justiça penal.

“Candidatei-me à presidência porque acredito que estamos em uma batalha pela alma desta nação. E a pura verdade é que nossa alma estará aflita enquanto se permitir que persista o racismo sistêmico (...). Ele é corrosivo e destrutivo”, afirmou o novo mandatário nesta terça-feira na Casa Branca.

Cumprindo uma de suas promessas, Biden se desfez da “nociva” e “ofensiva” Comissão 1776, um comitê formado pelo Governo de Donald Trump contra as “ideologias falsas e de moda” que ensinam a história norte-americana nas escolas como uma narrativa de “opressão e vitimismo”. Os historiadores criticaram maciçamente o trabalho dessa comissão, que alegava fomentar a “educação patriótica” nas escolas. “A unidade e a cura devem começar com a compreensão e a verdade, não com a ignorância e a mentira”, afirmou o presidente democrata.

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A desigualdade racial nos Estados Unidos é uma marca evidente em assuntos de todo tipo. Um dos que mais preocupam os afro-americanos tem a ver com o acesso justo à moradia. As ordens executivas assinadas por Biden obrigarão o Departamento de Moradia e Desenvolvimento Urbano a tomar medidas necessárias para “reparar as políticas habitacionais federais racialmente discriminatórias que há gerações vêm contribuindo para a desigualdade da riqueza”, segundo um comunicado da Casa Branca.

O novo mandatário deixou entrever que este era só o começo de seus esforços por curar as feridas abertas do racismo no país e recordou a morte de George Floyd, um homem negro que foi vítima da brutalidade policial e se tornou símbolo das maciças manifestações que percorreram o país em meados de 2020. “Esses oito minutos e 46 segundos que tiraram a vida a George Floyd abriram os olhos de milhões de norte-americanos e milhões de pessoas em todo mundo”, afirmou Biden. “Foi um joelho no pescoço da justiça, e não será esquecido”, acrescentou o mandatário, referindo-se à maneira como Floyd morreu, sufocado no chão por um agente.

Susan Rice, diretora do Conselho de Política Nacional, falou antes da assinatura das ordens executivas. “As provas são claras: investir em igualdade é bom para o crescimento econômico e gera empregos para todos os norte-americanos”, afirmou Rice, que provavelmente encabeçará o compromisso do Governo com a diversidade, a igualdade, a inclusão e a acessibilidade, baseando-se no trabalho iniciado no Governo de Barack Obama, no qual atuou como assessora de Segurança Nacional.

Na semana passada, Biden assinou uma ordem executiva determinando que todos os órgãos governamentais ponham a igualdade racial no centro de suas ações durante o próximo mandato. “Promover a igualdade para todos é responsabilidade de todo o nosso Governo”, apontou nesta terça-feira.

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