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Biden minimiza relutância de Trump em aceitar derrota: “Para ser franco, é constrangedor”

Presidente-eleito descarta ações judiciais para desbloquear a transição: “Faremos exatamente o mesmo que faríamos se ele tivesse admitido a derrota”

Biden durante sua entrevista coletiva em Wilmington, Delaware, nesta terça-feira. Em vídeo, algumas de suas declarações (legenda em espanhol).Vídeo: REUTERS | VIDEO: EFE
Amanda Mars

Joe Biden buscou minimizar nesta terça-feira a turbulenta transição aberta após as eleições da semana passada, com Donald Trump agarrado à Casa Branca, sem reconhecer a derrota, e preparando uma batalha jurídica contra os resultados. “Acho constrangedor, para ser bem franco. A única coisa é que ― como posso dizer isso com tato ―, acredito que não contribuirá para o legado do presidente. Sei, pelas minhas conversas com líderes estrangeiros, que eles esperam que as instituições democráticas norte-americanas se fortaleçam novamente. Afinal de contas, tudo vai dar certo em 20 de janeiro”, disse, em referência à data estipulada na Constituição para a posse presidencial.

Biden fez estas declarações em Wilmington (Delaware), cidade onde vive e onde instalou o quartel-general de transição e de formação do novo Governo. Desde que os meios de comunicação anunciaram sua vitória, no sábado, ele se apresenta ali diariamente com um estudado ar presidencial. Na segunda-feira, lançou seu conselho de assessores para o combate à pandemia. Nesta terça, abordou a reforma da saúde da era Obama, que estava sendo discutida na Suprema Corte. Enquanto isso, vai recebendo felicitações de líderes internacionais. Biden diz que sua mensagem recorrente a eles é de que os EUA “estão de volta”.

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Nem a tradicional reunião no Salão Oval, nem o encontro de cortesia entre a primeira-dama que sai, Melania Trump, e a que chega, Jill Biden, tiveram lugar nos últimos dias. Tampouco começou a transferência ordenada de poderes, que inclui, como um de seus pontos mais sensíveis, o acesso do futuro governante a informações sigilosas. Questionado sobre isso, o presidente-eleito também pediu calma: “O acesso a informação sigilosa é útil, mas não me cabe tomar estas decisões. Não há dois presidentes ao mesmo tempo, ele será presidente até 20 de janeiro, seria bom ter [acesso a essa informação], mas não é crucial. Faremos exatamente o mesmo que teríamos feito se ele tivesse admitido a derrota”.

Também descartou, nessa linha, promover “ações judiciais”. Buscou a todo momento transmitir serenidade e evitou tripudiar a fuga para frente do líder republicano, exceto por um riso irônico ao mencionar o atual chefe da diplomacia, Mike Pompeo, que pela manhã havia prometido a jornalistas uma transição pacífica “para o segundo mandato de Trump”. “Por enquanto não há provas de nenhuma das acusações que feitas por ele [Trump] ou pelo secretário de Estado Pompeo”, afirmou. Então gargalhou e repetiu: “O secretário de Estado Pompeo...”.

Biden fez da moderação uma bandeira eleitoral, e parece que pretende manter essa característica na nova etapa. “Entendo a sensação de derrota dos que votaram em Trump, entendam também que devemos nos unir e tirar o país desta amargura”, apontou o democrata. O que diria ao presidente Trump se o estivesse ouvindo? “Presidente Trump, tenho vontade de conversar com o senhor”, respondeu. E o que acontece se os republicanos decidirem que não vão reconhecê-lo como presidente, quis saber uma repórter. O democrata se mostrou seguro: “Eles vão. Eles vão”.

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