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Jill Biden, a primeira-professora dos Estados Unidos

A mulher do presidente eleito não pensa em deixar seu trabalho como docente ao chegar à Casa Branca

Jill Biden, durante um ato de campanha em Ohio.
Jill Biden, durante um ato de campanha em Ohio.ROBERTO SCHMIDT (AFP)
Sonia Corona
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Jill Biden já tem a lista de cursos que ensinará a partir do ano que vem. Talvez tenha que pedir um dia livre no próximo 20 de janeiro, quando seu marido, Joe Biden, assumirá o cargo de novo presidente dos Estados Unidos. Diante do Capitólio, ela deverá erguer a Bíblia com a qual Biden prestará juramento. Aos 69 anos, a professora dá aula de inglês numa universidade comunitária da Virgínia, tem um doutorado e dois mestrados em Educação – e nunca pensou em abandonar sua carreira profissional. Quando foi segunda-dama, durante o Governo de Barack Obama, costumava pedir permissão para comparecer aos atos importantes da vice-presidência, mas sempre voltava à aulas, como faz desde que começou sua carreira há 36 anos.

A nova primeira-dama estabelecerá um precedente tão histórico quanto habitual para uma família norte-americana comum: será a primeira esposa de um presidente dos EUA com um trabalho remunerado. “Sou uma mulher trabalhadora. Ensinar é minha paixão, é o que amo fazer. Essa tem sido minha carreira e o maior foco da minha vida, então sinto que posso dar conta e fazer tudo o que as primeiras-damas querem fazer”, afirmou numa entrevista à revista Vogue. Jill Jacobs cresceu nos arredores de Filadélfia, sendo a mais velha entre quatro irmãos. Aos 15 anos obteve o primeiro trabalho, buscando mais independência em relação à família. “Queria meu próprio dinheiro, minha própria identidade, minha própria carreira”, disse ao The New York Times em 2008.

Jill conheceu Joe Biden num encontro às cegas e 1975. Havia saído de um casamento curto com seu namorado do ginásio e estava a ponto de deixar os encontros quando recebeu uma ligação de Biden. O político tinha visto no jornal um anúncio publicitário em que aparecia uma jovem loira que chamou sua atenção, e seu irmão conseguiu o telefone dela. Biden havia passado por seu próprio drama alguns anos antes: sua primeira mulher, Neilia, e sua filha Naomi, de 13 meses, morreram num acidente de carro. O novo senador de Delaware ficou viúvo com dois filhos pequenos: Hunter e Beau. O casal contou em diversas entrevistas que houve cinco pedidos de casamento, e que Jill aceitou após refletir sobre se tornar a mãe das duas crianças.

Como a família se estabeleceu em Wilmington (Delaware), Joe Biden passou boa parte de seus anos no Congresso viajando diariamente de trem até Washington. A professora decidiu manter a discrição apesar da carreira política do marido. Trabalhou em colégios e universidades comunitárias, sempre distante dos centros educativos de renome. Escreveu sua tese de doutorado sobre como reduzir a evasão escolar e conseguir reter os estudantes na educação superior.

“O tempo todo ela está revisando as provas”, contou a ex-primeira-dama Michelle Obama sobre o quanto foi importante para Jill Biden seu trabalho como professora. Ela só deixou o ofício na sala de aula em duas ocasiões: em 1981, quando nasceu Ashley, a filha de ambos; e este ano, quando a campanha eleitoral começou e ela tinha várias viagens previstas. Com o início da pandemia, Jill se tornou a pessoa mais próxima do candidato e, embora afastada da sala de aula, continuou apoiando os colegas através de conferências no Zoom.

Jill Biden assumiu um papel significativo durante a campanha. Atraiu os holofotes durante as primárias, quando protegeu o esposo de uma manifestante que invadiu o palco. Após sua intervenção na Convenção Democrata, em agosto, ela se tornou também um membro fundamental para a equipe de campanha do partido. Sua influência foi crucial para a escolha de Kamala Harris como candidata à vice-presidência. Durante a campanha, além de defender o candidato, ela falou com franqueza sobre as polêmicas em torno de seus filhos e os protegeu com elegância ante os ataques de Trump.

Sua agenda de primeira-dama, explicou, está relacionada com sua história e a de Joe Biden: promoverá o ensino gratuito nas universidades comunitárias, porque trabalha numa delas; apoiará as famílias dos militares, já que seus dois filhos homens serviram no Exército; e apoiará as pesquisas sobre o câncer, após Beau Biden ter morrido em 2015 por um tumor cerebral. Tudo isso sem deixar de comparecer pontualmente às suas aulas na universidade comunitária da Virgínia.

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