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Democratas mantêm a maioria na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos

Bancada liderada por Nancy Pelosi esperava ampliar sua vantagem no Congresso, mas a conquista de mais cadeiras no Senado ainda está em aberto

A deputada democrata Nancy Pelosi, presidenta da Câmara dos Representantes, fala com a imprensa nesta terça-feira, 3 de novembro.
A deputada democrata Nancy Pelosi, presidenta da Câmara dos Representantes, fala com a imprensa nesta terça-feira, 3 de novembro.POOL (Reuters)
Pablo Ximénez de Sandoval
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Os democratas mantêm a maioria obtida em 2018 na Câmara de Representantes (deputados). Embora esperada, essa vantagem representa uma das poucas certezas da noite de eleições nos Estados Unidos. O grupo liderado por Nancy Pelosi esperava, além disso, aumentar sua maioria entre dois e cinco assentos. Refletindo a tendência vista nos resultados da disputa presidencial, os republicanos tiraram nesta terça-feira dois deputados dos democratas na Flórida, enquanto estes conquistaram duas vagas na Carolina do Norte. Esta eleição renova a totalidade da Câmara baixa (435 deputados), após uma legislatura em que os democratas tinham 232 cadeiras, contra 197 dos republicanos.

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Uma das representantes democratas mais populares que mantêm seu mandato é Alexandria Ocasio-Cortez, que se sagrou vencedora por ampla margem no seu distrito em Nova York. Representante da ala mais esquerdista do partido, ela vai para o seu segundo mandato.

A chave, em todo caso, reside em controlar o Senado, atualmente em mãos republicanas. E a ambição do Partido Democrata de recuperar a maioria na Câmara Alta dependia apenas de alguns milhares de votos em certos Estados decisivos, quando a Costa Leste se aproximava da meia-noite desta terça-feira eleitoral. Ganhe quem ganhar a presidência, o controle democrata do Senado é o que assegurará a possibilidade de desenvolver qualquer política de longo prazo no ambiente hiperpolarizado dos EUA. Os primeiros resultados seguiam o caminho das pesquisas, mas a apuração freou relativamente cedo as projeções mais ambiciosas dos democratas.

No Alabama, o senador democrata Doug Jones perdeu sua vaga para o republicano Tommy Tuberville, como previam as pesquisas. O mesmo ocorreu no Colorado com o senador republicano Cory Gardner, derrotado pelo ex-governador democrata John Hickenlooper por mais de 10 pontos. Com estes resultados, o Senado continuava como esteve nos últimos seis anos: 53 assentos republicanos e 47 democratas.

Nesta situação, as esperanças democratas de obter as quatro cadeiras necessárias para assumir o controle do Senado passam pelo Maine, onde as pesquisa dão como perdedora a atual ocupante da vaga, uma republicana moderada. Mas à meia-noite (hora de Washington) ainda não havia certezas, e a corrida parecia apertada. Na Carolina do Norte, o senador Thom Tillis defendia seu assento por apenas 90.000 votos (1%), com 93% das cédulas apuradas. Se os democratas não conseguirem essa vaga, será difícil que alcancem seu objetivo.

No Arizona, o astronauta Mark Kelly levava uma vantagem considerável sobre a senadora republicana Martha McSally, em paralelo com a vantagem de Joe Biden sobre Donald Trump nesse Estado, que até recentemente era feudo dos republicanos. Em Montana, o governador Steve Bullock também estava na frente do seu rival republicano. Estes dois assentos podem passar às mãos democratas durante a noite, mas são necessários outros. Na Geórgia, outra disputa do Senado que dava esperança aos democratas, o republicano David Perdue liderava após 63% da apuração.

Dois dos senadores mais detestados pelos democratas disputavam a reeleição. O líder da maioria, Mitch McConnell, artífice do bloqueio que paralisou os dois últimos anos da presidência de Barack Obama, ganhou com facilidade em Kentucky contra Amy McGrath, uma veterana do Exército que tentou jogar a cartada de conservadora moderada.

O outro é o senador Lindsey Graham, presidente do Comitê de Justiça —como tal foi responsável pela confirmação expressa da magistrada Amy Coney Barrett para a Suprema Corte, e que sobreviveu a uma das lutas mais duras da sua carreira. Ganhou com mais facilidade do que se esperava do democrata Jaime Harrison. O ataque à vaga de Graham levou Harrison a arrecadar 57 milhões de dólares em todo o país, um recorde histórico para uma disputa do Senado. Foi em vão. A mesma dinâmica ocorreu no Texas, onde uma mobilização sem precedentes, construída pelos democratas desde 2018, não bastou para desbancar o senador John Cornyn.

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