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EUA vão processar Google por abusar de sua posição sobre a concorrência

O Governo deve alegar que a empresa violou a lei por sua forma de tratar as rivais

Moça passa diante dos escritórios do Google em Nova York (EUA) em setembro.
Moça passa diante dos escritórios do Google em Nova York (EUA) em setembro.NOAM GALAI (Getty Images)
Pablo Guimón

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos está se preparando para entrar com um processo antitruste nesta terça-feira contra a Alphabet Inc, a empresa controladora do Google, por supostamente violar a lei ao abusar de sua posição dominante no mercado contra seus concorrentes, de acordo com fontes governamentais anônimas citadas pela Associated Press e vários meios de comunicação dos EUA. É a maior ofensiva legal contra um gigante da tecnologia em pelo menos duas décadas e o ponto culminante de uma investigação de um ano que concluiu que a empresa se aproveitou de sua posição dominante no mercado de buscas e de publicidade em detrimento dos concorrentes e consumidores.

A ação legal contra o Google, que abre um processo que pode se arrastar por anos, será um marco na luta de Washington contra o Vale do Silício. No centro do debate está o poder crescente dos gigantes da tecnologia, submetidos nos últimos anos a um intenso escrutínio. Outras investigações estão em andamento no próprio Departamento de Justiça e na Comissão Federal do Comércio contra a Apple, a Amazon e o Facebook. Mais de 40 Estados e administrações municipais também abriram investigações sobre o suposto abuso do Google de seu controle da tecnologia para a publicidade digital.

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A preocupação com a concentração de poder, dinheiro e dados nas mãos de poucas empresas é algo que une conservadores como o presidente Donald Trump e os congressistas mais progressistas. Há apenas duas semanas, deputados democratas da Câmara dos Representantes divulgaram um extenso relatório sobre os gigantes da tecnologia acusando o Google, assim como a Apple, a Amazon e o Facebook de abusar de sua posição dominante no mercado.

Os congressistas, bem como o Governo federal e várias associações de consumidores, há muito tempo acusam o Google, de propriedade da Alphabet Inc, que tem um valor de mercado de mais de um trilhão de dólares (5,6 trilhões de reais), de abusar de seu domínio nas buscas na Internet, em que monopoliza cerca de 90% da atividade nos Estados Unidos, e no mercado publicitário para suprimir a livre concorrência e aumentar seus lucros. Na ação, segundo as mesmas fontes, o Departamento de Justiça argumenta que, ao firmar acordos com fabricantes de celulares que utilizam o sistema operacional Alphabet (Android) para que seu mecanismo de busca seja baixado como padrão, o Google fortalece seu monopólio e prejudica a concorrência e a inovação.

O Google, fundado em 1998 por dois alunos da Universidade Stanford, Larry Page e Sergey Brin, se tornou um player dominante nos setores de comunicação, negócios e mídia. A empresa negou repetidamente as alegações de práticas monopolistas. Afirma que tem forte concorrência no mercado de buscas na Internet, por parte de empresas como a Amazon, e argumenta que seus serviços ajudam a numerosas pequenas empresas.

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