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Juiz impede Governo Trump de vetar o TikTok nos EUA

Liminar foi expedida horas antes da entrada em vigor da ordem da Casa Branca que obrigaria o aplicativo a desaparecer das lojas digitais

Pablo Ximénez de Sandoval
Influencers digitales
A jovem Rosa, conhecida como Ghoulbabyghoul no Tik Tok onde tem mais de 3.000 seguidores, grava em Madri, em 24 de setembro.Eduardo Parra (Europa Press)

Um juiz federal de Washington determinou neste domingo a suspensão cautelar da ordem executiva da Casa Branca que impedia a rede social TikTok de continuar operando normalmente nos Estados Unidos. A liminar foi expedida pouco mais de seis horas antes da entrada em vigor do veto, que ocorreria à meia-noite (hora local).

A Administração de Donald Trump aponta o TikTok, propriedade da empresa chinesa Bytedance, como uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos. Trata-se de uma rede social muito popular, especialmente entre adolescentes, que serve para compartilhar vídeos curtos. A Casa Branca alega que através do aplicativo o regime chinês tem acesso a dados de usuários norte-americanos, o que comprometeria a segurança nacional.

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Em agosto passado, Trump assinou uma ordem executiva (medida provisória) que obrigava a empresa a encontrar um comprador nos EUA ou deixar de operar no país. Começou então uma corrida na busca por um sócio norte-americano, em negociações que envolveram o gigante Microsoft. Finalmente, em meados de setembro se anunciou um acordo com a Oracle e o Walmart para a compra de 20% do aplicativo. Trump chegou a dar sua bênção ao acordo, ainda à espera da ratificação oficial.

Mas o presidente mudou de opinião dias depois, dizendo que não aprovaria nenhum acordo em que a Bytedance mantivesse parte da propriedade da rede social. Inicialmente, o TikTok deveria deixar de operar no domingo passado ― a rigor, o aplicativo sumiria das lojas da Apple e Google, e os usuários já não poderiam mais baixar atualizações, de modo a se tornar obsoleto ―, mas a data foi adiada em uma semana à espera de uma modificação do acordo.

Em vez de apresentar uma nova proposta, o TikTok, que juridicamente é uma companhia norte-americana com sede na Califórnia, apresentou em 23 de setembro uma ação num tribunal federal de Washington solicitando a suspensão cautelar dos efeitos da ordem presidencial. O TikTok argumenta que não há nenhuma urgência que justifique esta medida e que está fazendo “esforços extraordinários para satisfazer exigências governamentais que mudam o tempo todo e supostas preocupações com a segurança nacional”.

A rede argumentava que o veto provocaria um dano irreparável à empresa, pela perda da comunidade de usuários que criou, e aos 100 milhões de norte-americanos que compartilham vídeos no TikTok. Além disso, a empresa afirma que a agressividade da Casa Branca está relacionada com a campanha eleitoral e a necessidade de Trump de se apresentar como um líder que enfrenta a China.

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