Trump justifica agenda intensa na pandemia: “Somos o país mais poderoso do mundo. Não posso me trancar”
Presidente publica vídeo pedindo calma sobre seu estado de saúde depois de um dia de confusão, e admite que as próximas 48 horas serão o grande teste
Donald Trump publicou na tarde de sábado em sua conta no Twitter um vídeo gravado do hospital onde está internado com coronavírus, pedindo calma sobre seu estado de saúde depois de um dia de incerteza e desconfiança devido à cacofonia de mensagens sobre sua evolução. Sentado diante de uma mesa de trabalho, usando camisa e blazer, garantiu que voltará logo. Também aproveitou para incluir uma espécie de justificativa. O presidente norte-americano recebeu uma enxurrada de críticas por minimizar o vírus, negar-se a usar máscara durante meses e manter sua agenda de eventos de campanha e viagens, praticamente como se não houvesse pandemia.
No vídeo, ele diz: “Não tive escolha. Deram-me a opção de ficar na Casa Branca: tranque-se lá, não saia, não vá nem ao Salão Oval. Fique lá em cima e aproveite. Não veja pessoas, não fale com pessoas. Mas não posso fazer isso, tenho de estar à frente. Estes são os Estados Unidos, este é o país mais poderoso do mundo. Não posso me trancar em um quarto, ficar seguro e dizer: ‘Que aconteça o que tiver de acontecer’. Devemos enfrentar os problemas, um líder deve enfrentar os problemas. Nenhum grande líder faria diferente”.
O presidente anunciou à uma hora da madrugada de sexta-feira (hora de Washington) que ele e a primeira-dama, Melania Trump, testaram positivo para coronavírus. Não se sabe quando ele se infectou, mas sua atividade nos dias anteriores ao diagnóstico foi intensa. De um evento que reuniu mais de cem pessoas na Casa Branca, no sábado da semana passada, para nomear a juíza Amy Coney Barlett para a Suprema Corte, ao debate eleitoral com o candidato democrata, Joe Biden, na terça-feira em Cleveland (Ohio), um comício em Minnesota e um ato de arrecadação de fundos na quinta-feira, horas antes de anunciar sua infecção.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) October 3, 2020
No vídeo de sábado, mostrou-se confiante em retomar logo a campanha, mas é improvável que deixe de adotar mais medidas de segurança a partir de agora. “Eu me sinto bem, o verdadeiro desafio serão os próximos dois dias”, afirmou, acrescentando acreditar que “os resultados nos próximos dias vão sair bons”. Ao mais puro estilo Trump, disse também: “Vamos vencer este coronavírus ou como queiram chamá-lo”. Durante meses, ele se referiu ao vírus causador da covid-19 como “vírus chinês” por sua origem em Wuhan, na China, uma expressão criticada como racista.
Trump confirmou que sua mulher também está bem. “Ela é um pouco mais jovem que eu, como sabem”, disse, em tom de brincadeira. “Conhecemos a doença, conhecemos a situação em relação a [pessoas de] idade versus pessoas mais jovens. Melania está lidando com isso estatisticamente, como se espera”. Trump tem 74 anos e Melania, 50.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.