Família da juíza do caso das contas de Jeffrey Epstein no Deutsche Bank é atacada a tiros
Filho da magistrada Esther Salas morre baleado e seu esposo é ferido na porta de sua casa em Nova Jersey
A juíza federal encarregada de analisar o caso das contas bancárias de Jeffrey Epstein no Deutsche Bank foi atacada a tiros na noite de domingo em sua casa em Nova Jersey. O filho de Esther Salas, de 20 anos, faleceu e seu esposo, o advogado Mark Anderl, ficou ferido. A magistrada saiu ilesa do ataque, como informaram a polícia e o FBI, que procuram um homem como responsável pelo tiroteio. O marido da juíza está hospitalizado e em estado grave. Salas recebeu há somente quatro dias o processo sobre as ações coletivas de acionistas contra o banco responsável pelas contas do polêmico financista norte-americano – acusado de tráfico sexual de menores e que se suicidou no ano passado na prisão –.
Os vizinhos relataram à imprensa norte-americana que um homem vestido como mensageiro da empresa FedEx chamou à porta da casa da magistrada na comunidade de North Brunswick por volta das 17h (hora local) e atirou, primeiro, contra o filho da juíza e depois contra seu esposo. Salas estava no porão da propriedade, de modo que o agressor não a encontrou antes de fugir. Os vizinhos relataram à agência Associated Press que Salas havia manifestado anteriormente sua preocupação por lidar com casos judiciais de muita visibilidade e que os holofotes sobre sua pessoa poderiam transformá-la em alvo.
As autoridades investigam como principal suspeito o advogado Roy Den Hollander, cujo corpo foi encontrado na manhã de segunda-feira em Nova York com uma ferida de arma de fogo, no que se supõe ter sido um suicídio. O advogado apresentou em 2015 uma ação à juíza Salas contra o Serviço Militar em que pedia que o recrutamento das Forças Armadas fosse dirigido somente aos homens. Den Hollander se descrevia, de acordo com o The New York Times, como um antifeminista e havia feito nos últimos anos outras denúncias contra bares por dar descontos somente para mulheres e contra a Universidade Columbia por oferecer aulas sobre estudos de gênero.
Em 2014, Salas condenou à prisão um famoso casal do reality de televisão Real Housewives of New Jersey – Teresa e Giuseppe Giudice – ao considerá-los culpados de fraude. Também condenou, em 2018, a 45 anos de prisão Farad Roland, líder do cartel de South Side em Newark. A magistrada, entretanto, adquiriu maior relevância na semana passada ao receber o caso do Deutsche Bank e Epstein. A denúncia contra o banco afirma que a instituição financeira não supervisionou adequadamente a atividade das contas de Epstein, o que lhe permitiu realizar transações milionárias de alto risco relacionadas à trama de exploração sexual de menores em que participou.
Há duas semanas, o Deutsche Bank foi punido com uma multa de 150 milhões de dólares (807 milhões de reais) pelo Departamento de Serviços Financeiros do Estado de Nova York e reconheceu “falhas significativas” no processo de supervisão das contas de Epstein, apesar de saber sobre seu histórico criminoso. O bilionário foi sentenciado no ano passado a 45 anos de prisão por explorar e abusar sexualmente de adolescentes, através de uma trama piramidal. Em 12 de agosto de 2019, o bilionário apareceu morto em sua cela em Manhattan (Nova York). O ocorrido provocou muitas especulações, já que o preso havia estado em vigilância por risco de suicídio após um incidente, e o levaram novamente a uma unidade sem equipe especial de prevenção.
A juíza Salas, de 51 anos, de origem cubana e mexicana, é a primeira latina em Nova Jersey a presidir uma corte federal. Foi nomeada em 2010 pelo presidente Barack Obama. “Conheço muito bem a juíza Salas e seu esposo e estou orgulhoso por tê-la recomendado ao presidente Obama à corte em Nova Jersey. Minhas orações estão com a juíza e sua família, e para que os responsáveis por esse horrível acontecimento sejam presos e levados à Justiça”, escreveu no Twitter o senador por Nova Jersey Bob Menendez.
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