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Em golpe contra a China, Trump anuncia fim do tratamento especial a Hong Kong

Presidente norte-americano age depois de Pequim punir a empresa por vendas a Taiwan. Território autônomo ficará “sem privilégios especiais nem exportação de tecnologia estratégica"

Na foto, o presidente norte-americano, Donald Trump, em uma entrevista coletiva nos jardins da Casa Branca.
Na foto, o presidente norte-americano, Donald Trump, em uma entrevista coletiva nos jardins da Casa Branca.JONATHAN ERNST (Reuters)
Antonia Laborde

Donald Trump respondeu nesta terça-feira em dose dupla à decisão chinesa, anunciada horas antes, de impor sanções à empresa armamentista Lockheed Martin por sua participação na recente venda de armas negociada entre Washington e Taiwan. O presidente norte-americano assinou uma ordem executiva (medida provisória) que “responsabiliza a China por suas ações opressoras contra o povo de Hong Kong”. O republicano também informou que havia oficialmente retirado o tratamento preferencial dispensado à ex-colônia britânica, como já havia antecipado ser sua intenção no fim de maio. A partir de agora, os EUA tratarão o território autônomo “sem privilégios especiais nem exportação de tecnologia estratégica”, o que representará um golpe para esse polo financeiro internacional e para a China propriamente dita.

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GRAFCAT9659. L'HOSPITALET (BARCELONA), 15/07/2020.- Varias personas esperan para ser atendidas en el Centro de Atención Primaria del barrio de la Florida de L'Hospitalet (Barcelona), uno de los tres barrios de la segunda ciudad catalana en los que el Govern ha endurecido las medidas restrictivas debido a los rebrotes de covid-19. EFE/Andreu Dalmau
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A man lies on the ground as he is detained by riot police during a march against the national security law at the anniversary of Hong Kong's handover to China from Britain in Hong Kong, China July 1, 2020. REUTERS/Tyrone Siu
China promulga a lei de segurança para reprimir dissidência em Hong Kong

O Congresso dos EUA aprovou de forma unânime uma moção de apoio aos manifestantes de Hong Kong que desde o ano passado participam de gigantescos protestos contra o regime de Pequim. Antes, os legisladores já haviam imposto sanções às autoridades chinesas por não respeitarem os direitos humanos. Para Washington, Hong Kong não é mais um território autônomo e, portanto, não pode ter os direitos de uma economia aberta.

Trump não planeja conversar com o presidente Xi Jinping, segundo declarou numa entrevista coletiva que foi interpretada mais como comício eleitoral, já que dedicou quase uma hora a atacar seu rival democrata nas eleições presidenciais de novembro, Joe Biden. Horas antes, o mandatário havia dito numa entrevista à CBS que não tinha nenhum interesse em falar com a China sobre outro acordo. “Fizemos um grande acordo comercial. Mas, assim que foi fechado, a tinta nem secou, e nos golpearam com a praga”, afirmou o mandatário, referindo-se ao coronavírus.

Até agora, Pequim não esclareceu quais punições imporá ao gigante aeronáutico Lockheed Martin. Da mesma forma, os EUA tampouco deram detalhes das retaliações às medidas opressoras contra o povo Hong Kong. Além destas punições, que voltam a elevar a tensão com o gigante asiático, Trump responsabilizou Pequim de ocultar o coronavírus no começo da epidemia, agora global, e “espalhá-lo pelo mundo”. “Poderiam tê-lo detido”, afirmou o mandatário, “deveriam tê-lo detido”, acrescentou. O número de contágios pelo coronavírus nos EUA já beira os 3,5 milhões, com mais de 138.000 mortes.

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