Justiça colombiana investigará o ex-presidente Uribe por suposta compra de votos
Suprema Corte abre processo preliminar para esclarecer se ele manteve contatos com um traficante para favorecer a campanha do mandatário Iván Duque
O escândalo por suposta compra de votos para favorecer a campanha presidencial de Iván Duque começou como uma reportagem que causou uma tempestade política na Colômbia para se transformar em uma nova investigação formal contra o ex-presidente e hoje senador Álvaro Uribe. A Sala de Instrução da Suprema Corte, a mais alta instância da Justiça comum, decidiu abrir um expediente prévio contra Uribe, mencionado em uma ligação entre um traficante e uma assessora do senador.
O tribunal afirmou que Uribe será investigado por “supostas ações contra os mecanismos de participação democrática”, pelos casos revelados por Gonzalo Guillén e Daniel Mendoza, jornalistas que noticiaram a transcrição de uma ligação em que o hoje falecido José Guillermo Hernández, conhecido como Ñeñe, e a assistente de Uribe, María Claudia Daza, falaram da suposta compra de votos à campanha presidencial de Duque, realizada em 2018. Nela, de acordo com a investigação judicial, tanto Duque como Uribe são mencionados e se fala de passar “dinheiro por debaixo da mesa”, para conseguir votos que levaram o uribismo de volta à presidência da Colômbia.
Uribe e Duque negaram ter utilizado contribuições de Hernández na campanha e afirmam que não sabiam que o homem, assassinado no Brasil em 2019, era um narcotraficante. Dezenas de fotos provam que Hernández tinha poder em círculos políticos e militares. Para a autoridade judicial, ele integrava organização criminosa e tinha bens que eram produto de atividades de tráfico de drogas, além de ser investigado por um homicídio. Em meio a essas escutas legais apareceu a conversa que coloca o uribismo nas cordas.
Com o escândalo crescente, a Promotoria, liderada por Francisco Barbosa, amigo próximo de Duque, solicitou à Suprema Corte o adiantamento das investigações. De acordo com o jornalista que fez a revelação, entretanto, o documento de Barbosa foi redigido de maneira incompleta e contém inverdades “para que não leve a nada”. “Não vai acontecer nada. A Promotoria é de Uribe e a Corte tem pavor dele. O restante não passa de cortina de fumaça”, escreveu Guillén, que denunciou perseguições e interceptações feitas contra ele e afirma que tem os áudios seguros no exterior.
Esse é somente um dos processos contra o ex-presidente por diversos motivos. No mais avançado, entretanto, o senador do Centro Democrático responde por fraude processual e subornos por suspeita de manipulação de testemunhas.
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