Juiz suspende planos de grupo do Texas de construir um muro fronteiriço por conta própria
Partidários de Donald Trump haviam iniciado uma campanha de doações para erguer uma barreira em terrenos privados na fronteira do México
Um juiz do Texas proibiu nesta quarta-feira que um grupo de partidários de Donald Trump inicie por conta própria a construção de um muro na fronteira com o México, após arrecadarem recursos privados para essa obra. O grupo, chamado We Build the Wall (Nós construímos o muro), busca assim cumprir uma promessa eleitoral de Trump que esbarrou na resistência do Congresso, que nega a verba para esse muro na fronteira sul. A ação judicial contra a atividade do grupo foi movida por uma entidade ambientalista que se dizia afetada pela construção.
O We Build the Wall é uma organização sem fins lucrativos registrada na Flórida e com direção postal em Houston, segundo informação de seu site. Foi fundado no ano passado por um ex-militar trumpista chamado Brian Kolfage e é apadrinhado pelo ideólogo da direita alternativa global, Steve Bannon. A iniciativa surgiu perante a frustração do presidente quando o Congresso lhe negou 5,7 bilhões de dólares para iniciar a construção de um muro na fronteira. O impasse institucional levou à mais longa paralisação do governo norte-americano na história devido à não aprovação do orçamento.
O grupo iniciou sua atividade em Sunland Park, um povoado próximo a El Paso, Texas, separada das moradias da mexicana Ciudad Juárez por apenas alguns metros de um morro. Este é o lugar onde uma tropa extremista partidária do presidente montou um espetáculo no Facebook com a retenção ilegal de um grupo de imigrantes indocumentados. O grupo se dissolveu assim que virou notícia. Em Sunland Park já há um muro fronteiriço. Entretanto, a equipe do We Build the Wall construiu uma cerca de apenas uma milha (1,6 quilômetro) num terreno privado junto à fronteira, apesar da oposição das autoridades locais.
O segundo projeto era no sul do Texas, junto ao Rio Grande, uma das zonas com mais atividade de imigração irregular. O grupo pretendia construir um muro num terreno privado próximo a McAllen. Segundo seu site, já arrecadou 25 milhões de dólares de 500.000 doadores e têm planos para erguer 56 quilômetros de muro na fronteira. As máquinas já estão trabalhando no local.
O projeto foi denunciado por uma entidade chamada Centro Nacional das Borboletas, que opera na região, com o argumento de que a construção afetaria o hábitat natural do rio. Além da oposição por razões ecológicas, uma agência federal chamada Comissão Internacional de Limites e Águas tinha pedido ao grupo que não iniciasse a construção sem sua autorização prévia. Qualquer mudança na gestão do rio deve ser feita com consenso nos dois lados da fronteira. O muro poderia alterar o leito fluvial em caso de transbordamento e afetar a segurança nos dois países.
Dadas as dúvidas da agência governamental, Kolfage declarou que não pretende violar o tratado internacional que regula a gestão do rio e que a construção não seria iniciada sem a aprovação da comissão. A decisão do juiz nesta quarta-feira suspende de forma cautelar os planos do We Build the Wall. A audiência para ouvir os argumentos dos interessados será no próximo dia 17.
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