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Sócios do Bayern de Munique se mobilizam contra patrocínio do Catar

A faixa que acusou Oliver Khan de encobrir supostos crimes no emirado é o prólogo da moção que os torcedores vão apresentar na assembleia do dia 25

O diretor geral do Bayern, Oliver Khan, durante entrevista.
O diretor geral do Bayern, Oliver Khan, durante entrevista.HANDOUT (Reuters)
Diego Torres

No próximo dia 25, os sócios do Bayern de Munique vão decidir se desfazem o vínculo econômico que os liga ao emirado do Catar. A batalha ética e jurídica será levantada em forma de moção durante a assembleia anual. Seu autor, Michael Ott, sócio do Bayern e advogado estagiário no Tribunal de Mainz, tem apenas 28 anos. Mas representa o sentimento de um amplo setor da torcida, com profundas convicções socialistas, seguindo a tradição do ex-presidente Kurt Landauer, um judeu perseguido pelos nazistas.

O Catar é, desde 2017, um dos principais patrocinadores do clube. O relacionamento tem sido objeto de um longo debate interno. No último domingo, na Allianz Arena, durante o jogo contra o Freiburg (2 x 1), a distância aumentou mais do que nunca quando a torcida desdobrou uma faixa gigante. Os torcedores acusaram a diretoria de lavar os supostos crimes do emirado. Desenhos dos diretores do clube, Oliver Kahn e Herbert Hainer, apareceram em macacões de borracha na frente de uma máquina de lavar que derramava sangue. “Em troca de dinheiro lavamos tudo”, dizia.

Ott ressalta que não é digno que um clube como o Bayern assine contratos de patrocínio com um Estado acusado de violar os direitos humanos. A direção do Bayern se defende lembrando que foi o Governo, por meio do Ministério das Relações Exteriores, que em 2018 convocou as empresas a firmarem acordos comerciais com o Catar. Fontes próximas ao clube bávaro reclamam de ser a única empresa alemã que mantém relações econômicas com o Catar a ser solicitada a prestar contas morais, quando Siemens, Deutsche Bank, Hochtief ou Volkswagen têm laços muito mais lucrativos com o país do Golfo Pérsico.

Apelo de Merkel

Karl-Heinz Rummenigge, que foi presidente do clube até o ano passado, disse publicamente: “Angela Merkel convocou as empresas de médio porte em 2018 para estabelecer relações comerciais com o Catar: não fazemos mais do que isso. O Bayern é um clube de sucesso, mas também é uma empresa“.

Desde 2017, o Bayern é patrocinado pelo Aeroporto Internacional Hamad, bem como pela Qatar Airways, em troca de cerca de 17 milhões de euros por ano, de acordo com o diário Bild. As equipes profissionais, masculinas e femininas, realizam as concentrações de inverno em Doha desde 2018.

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