Wall Street fecha seu melhor trimestre desde 1998 em meio ao declínio econômico provocado pela pandemia
Índices Dow e S&P 500 recuperaram mais de 18%, e o Nasdaq subiu 30% no segundo trimestre
Para alguns economistas, a recuperação de Wall Street no segundo trimestre deste ano foi como a ressurreição de Lázaro. Depois de ter eliminado em março todos os lucros obtidos desde que Donald Trump chegou à Casa Branca, em 2017, as ações norte-americanas obtiveram uma recuperação que selaram nesta terça-feira o melhor trimestre desde 1998. Os índices Dow Jones e S&P 500 recuperaram mais de 18%, e o Nasdaq, que envolve apenas ações de empresas de tecnologia, subiu 30%. O temor dos investidores quanto aos prejuízos com o coronavírus foi se dissipando, em parte pelo otimismo com o papel das empresas tecnológicas e energéticas, resguardado também pelos trilionários estímulos do Federal Reserve (banco central dos EUA). O potente ressurgimento se dá quando os Estados Unidos enfrentam uma recessão como resultado da paralisação econômica devido à pandemia.
Em meados de março, os principais índices acionários sofreram um estrondo de tal magnitude que pôs fim a 11 anos de mercado em alta, o mais longo de que se tem registro. A principal potência econômica mundial também se despediu no primeiro trimestre do maior período de crescimento continuado da sua história, 128 meses, quando a economia retrocedeu 1,2% ― equivalente a uma queda de 4,8% em taxa trimestre anualizada ―, o que resultou numa recessão que ainda não acabou. Entretanto, as perdas de Wall Street, em torno de 35% em menos de seis semanas, já ficou para a história, e agora a Bolsa de Nova York celebra um segundo trimestre com cifras recordes.
O S&P recuperou mais de 19,95% no segundo trimestre, alcançando sua maior expansão trimestral desde o apogeu do boom tecnológico, no quarto trimestre de 1998. Mas o indicador continua registrando uma perda próxima a 4% na taxa anual, e os lucros em junho avançaram apenas 2% devido aos repiques da epidemia que estão sendo registrados em vários lugares do país, que responde por um quarto de todos os contágios mundiais. O presidente do Fed, Jerome H. Powell, advertiu nesta terça-feira que a recuperação econômica continua sendo “extraordinariamente incerta” por causa da pandemia, que está longe de ser controlada.
O Dow Jones fechou com alta de 18% no segundo trimestre, o melhor trimestre do indicador desde 1987. Empresas como Apple, Home Depot e Microsoft conseguiram registrar lucros no meio do adverso panorama econômico. Mas os bons dados não foram capazes de reverter todas as perdas anteriores, e o índice mercantil ainda acumula uma perda de 10% em um ano. O Nasdaq escalou 30% durante esse mesmo período e subiu mais de 11% no ano graças ao aumento de faturamento das companhias tecnológicas durante o confinamento, como a aplicação de reuniões Zoom e a empresa de comércio eletrônico Mercado Livre.
Os fortes avanços registrados em Wall Street durante grande parte do segundo trimestre foram diminuindo à medida que os novos casos foram disparando. Ao menos 16 Estados se viram obrigados a recuar em seus planos de desescalada, e na manhã desta terça o epidemiologista Anthony Fauci disse no Capitólio que o país está “na direção incorreta”. Atualmente os novos contágios diários superam os 40.000, e o assessor da Casa Branca advertiu que se os cidadãos e as autoridades não acatarem as medidas sanitárias recomendadas, o número de novos casos pode superar 100.000 por dia.
Informações sobre o coronavírus:
- Clique para seguir a cobertura em tempo real, minuto a minuto, da crise da covid-19;
- O mapa do coronavírus no Brasil e no mundo: assim crescem os casos dia a dia, país por país;
- O que fazer para se proteger? Perguntas e respostas sobre o coronavírus;
- Guia para viver com uma pessoa infectada pelo coronavírus;
- Clique para assinar a newsletter e seguir a cobertura diária.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.