Almodóvar anuncia para este ano ‘Madres paralelas’, o filme sobre “mães imperfeitas” gravado na pandemia
Cineasta lançará seu novo longa-metragem nas salas da Espanha em 10 de setembro. Na sétima produção com Penélope Cruz, volta a abordar o universo feminino, a maternidade e a família
Em uma decisão surpreendente, Pedro Almodóvar acelerou a pós-produção de mais novo longa-metragem, Madres paralelas, e estreará o filme no dia 10 de setembro na Espanha. Com a decisão, espera estimular a volta do público às salas de cinema após o verão europeu. O anúncio da data de estreia deixa claro que a produtora El Deseo, dos irmãos Almodóvar, não guardará seu trabalho até o festival de Cannes 2022, certame habitual de lançamento de seus filmes. A data também antecede o início do festival de San Sebastián.
Madres paralelas também será a pós-produção mais rápida das últimas décadas na carreira de Pedro Almodóvar, já que a rodagem terminou, depois de 10 semanas de trabalho, nos últimos dias de maio. O diretor costuma ter a montagem muito avançada durante as filmagens —Teresa Font esteve a cargo desta tarefa, em sua terceira colaboração com Almodóvar—, portanto o principal esforço agora recai sobre a equipe de pós-produção e Alberto Iglesias, compositor da trilha sonora.
No comunicado distribuído à imprensa, o produtor Agustín Almodóvar afirma: “Estou feliz em poder anunciar a chegada aos cinemas espanhóis do novo filme de Pedro Almodóvar, Madres paralelas. Dados os tempos complexos e imprevisíveis que temos de viver, nos dá muita segurança trabalhar com uma empresa como a Sony Pictures, em cuja equipe confiamos depois de compartilharmos uma maravilhosa experiência om o lançamento de nosso filme anterior, Dor e glória”.
Quando o projeto foi anunciado, o diretor explicou: “Com Madres paralelas volto ao universo feminino, à maternidade, à família. Falo da importância dos ancestrais e dos descendentes. A presença inevitável da memória. Há muitas mães na minha filmografia, as que fazem parte dessa história são muito diferentes. Como narrador, neste momento me inspiram mais as mães imperfeitas. Penélope Cruz, Aitana Sánchez Gijón e a jovem Milena Smit interpretarão as três mães do filme, acompanhadas por Israel Elejalde no principal personagem masculino. Também conto com a colaboração das minhas queridas Julieta Serrano e Rossy de Palma. Madres paralelas será um drama intenso. Ou assim espero”.
A produtora El Deseo também divulgou uma sinopse oficial de Madres paralelas: “Duas mulheres, Janis e Ana, se encontram em um quarto de hospital onde vão dar à luz. Ambas são solteiras e engravidaram acidentalmente. Janis, de meia-idade, não se arrepende e nas horas anteriores ao parto está exuberante; a outra, Ana, é adolescente e está assustada, arrependida e traumatizada. Janis tenta animá-la enquanto passeiam como sonâmbulas pelo corredor do hospital. As poucas palavras que trocam nessas horas criarão um vínculo muito estreito entre as duas, que o acaso se encarregará de desenvolver e complicar de uma forma tão retumbante que mudará a vida de ambas”. Pelo que foi anunciado durante as filmagens, a trama se passa durante o primeiro ano de vida dos respectivos filhos. São mães, segundo Almodóvar, “igualmente abnegadas”, embora “imperfeitas e complexas”.
O roteiro de seu 22º longa-metragem —que é também sua sétima colaboração com Penélope Cruz— foi escrito por Almodóvar durante o confinamento, quando devido à pandemia teve de abandonar temporariamente a adaptação de Manual da faxineira, de Lucia Berlin. Durante esse tempo, Almodóvar também rodou e estreou o média-metragem A voz humana, sua adaptação do monólogo de Jean Cocteau, estrelado por Tilda Swinton.
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