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Rey, a heroína de ‘Star Wars’ para uma galáxia feminista

“Nenhuma história termina completamente”, diz Daisy Ridley. A atriz deixou de ser uma desconhecida e estrelou o final de uma das sagas mais míticas do cinema

A atriz Daisy Ridley em um evento de promoção de ‘A Ascensão Skywalker’ em Pasadena (Califórnia).
A atriz Daisy Ridley em um evento de promoção de ‘A Ascensão Skywalker’ em Pasadena (Califórnia).Chris Pizzelo (AP)
Pablo Ximénez de Sandoval

A saga Star Wars tem basicamente três heróis: Luke Skywalker, Anakin Skywalker e Rey, a sem-teto que tem de se virar para viver cuja viagem pelos mistérios da Força justifica a última e definitiva trilogia da saga. Rey tem o rosto de Daisy Ridley (Londres, 27 anos), cuja carreira estará para sempre ligada ao mundo dos Jedi.

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A conversa com Ridley acontece em Los Angeles antes da estreia mundial, na quinta-feira, de Star Wars: A Ascensão Skywalker, o encerramento da saga depois de quatro décadas. Ela a define como “uma mistura de grandes desafios..., luz contra as trevas... meu deus! Qual é o significado de tudo isso..., e a alegria dos amigos em aventuras divertidas”. Diz isso como brincadeira, mas como definição geral de Star Wars não é ruim.

Rey também é a heroína das novas gerações de espectadores. Se a princesa Leia tinha momentos passivos cruzados com sequências em que demonstrava sua coragem, em Rey não há dúvida: ela empurra a ação. É uma líder, um papel ativo que captura o público feminino. Ridley, no entanto, não acredita que sua vendedora de sucata seja mais heroína que outros: “A beleza de tudo isso é que todos os personagens têm muita importância. Sem Finn [John Boyega] não existe Rey. Sem Finn não existe Poe [Oscar Isaac]. E assim com todos. Fazer parte de Star Wars é ótimo, especialmente quando você vê tudo o que representa hoje a diversidade do elenco de J.J. Abrams”, afirma. Aí aprofunda outra faceta pela qual George Lucas recebeu críticas há quatro décadas: se na trilogia original apenas Lando Calrissian escapava da maré de brancos, nestes episódios finais a Disney escolheu rostos de todas as etnias. “Estamos no caminho certo, mas continua sendo pouco habitual ver gente tão diferente na mesma tela”, diz a inglesa.

Quando ela foi selecionada em 2014 para ser a protagonista da franquia mais cobiçada do cinema, sua carreira se resumia a quatro curtas-metragens e algumas aparições na televisão. Nesse sentido, sua história não é muito diferente da de Mark Hamill, que aos 26 anos saiu do anonimato para ser Luke Skywalker para sempre. Até seus personagens são semelhantes em seu encontro com a Força e certa atração no lado sombrio.

“Existem semelhanças”, responde Ridley, “mas, como nas pessoas, a história de cada um é muito específica”. Entre as diferenças, “Rey realmente vem do nada, enquanto Luke tem alguma família. Os dois embarcam na grande viagem”. Embora diga: “Eu nunca os comparei. Parece-me que Rey está em sua viagem”.

Cinco anos atrás, quando saiu o primeiro trailer do aguardadíssimo Episódio VII: O Despertar da Força, a primeira coisa que os fãs de Star Wars viram foram os rostos de John Boyega e Daisy Ridley. Eles não apenas iriam iniciar uma nova trilogia, como também poriam um fim nela. “É engraçado. John e eu estávamos dizendo no ano passado: ‘Oh meu deus, é o último, não tem mais jeito, é o fim’. Há um mês, John me ligou e disse: ‘Já sei como poderia continuar. Olha, nenhuma história termina completamente, como foi provado recentemente no cinema. Você pode seguir em frente, para um lado, pode fazer prequels, mas por enquanto este é o ponto culminante e o fim desta grande saga.”

Em dezembro de 2019 muita gente tem perguntado a Daisy Ridley como ela fará a partir de agora para se separar do personagem de Rey. Nestes anos, fez Ophelia e Assassinato no Expresso do Oriente. Mas na idade em que os atores estão procurando suas primeiras grandes oportunidades, ela está deixando para trás uma franquia bilionária. “Não me sinto no esquema ‘estou acabada, o que posso fazer para provar que sou uma atriz séria?’. Porque representar nesta trilogia foi algo muito sério. Não sinto que seja algo de que eu tenha de me afastar. Interpretei um personagem incrível. É claro que quero fazer outras coisas, embora também entenda que provavelmente sempre serei conhecida por Star Wars. E isso me parece bom.

Se existe uma diferença entre ela e Mark Hamill é que o ator não sabia onde estava se metendo em 1977. Ela sabe. Diz que não sente mais tanta pressão quanto no começo. “Demorei um pouco para me sentir confortável nesse espaço. Não é que eu não tenha achado emocionante no início, embora eu sentisse mais peso, mais nervosismo sobre como as pessoas iriam encarar”, explica. E conclui: “Agora acho que não importa. Certamente alguns pensam que estou horrível e outros que estou bem. Alguns não vão gostar da história e outros vão. Só posso ter minha própria experiência e decidi que seja positiva”.

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