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“Não há dados que apoiem a terceira dose da vacina para a população em geral”

Especialistas da OMS e da agência de medicamentos dos Estados Unidos não encontraram evidências de que uma terceira aplicação seja necessária para reforçar a imunidade de pessoas saudáveis e já vacinadas contra a covid-19

Uma enfermeira prepara a vacina contra a covid-19.
Uma enfermeira prepara a vacina contra a covid-19.MIKE BLAKE (Reuters)
Nuño Domínguez
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África Aguado Cuadrado, niña de 12 años de Pamplona, recibe la primera dosis vacuna de Moderna contra la Covid-19 en el antiguo colegio de Maristas en Pamplona, donde el Servicio Navarro de Salud ha instalado uno de los puntos de vacunación, a 13 de agosto de 2021, en Pamplona, Navarra (España). El Departamento de Salud activó el 5 de agosto la citación de la vacuna frente al COVID-19 para la población entre los 12 años -ya cumplidos- y los 15 años, con el fin de aumentar los niveles de vacunación en las franjas de edad más jóvenes, que en este momento son quienes presentan la mayor incidencia.
13 AGOSTO 2021;VACUNACIÓN;NAVARRA;ADOLESCENTES;
Eduardo Sanz / Europa Press
13/08/2021
Vacinas perdem eficácia contra a infecção, mas continuam evitando a covid-19 grave e a morte
11/08/2021 Visita a la residencia geriátrica Vila Clavellina de Premià de Mar en el Maresme, Barcelona. Foto: Joan Sánchez
A incógnita da terceira dose da vacina: será necessária para os idosos?
Workers off load boxes of the Oxford/AstraZeneca Covid-19 vaccines, part of the the Covax programme, which aims to ensure equitable access to Covid-19 vaccinations, from a plane at the Ivato International Airport in Antananarivo, Madagascar, on May 8, 2021. (Photo by Mamyrael / AFP)
https://brasil.elpais.com/sociedade/2021-08-27/terceira-dose-agrava-a-desigualdade-mundial-no-acesso-as-vacinas-contra-o-coronavirus.html

Um grupo de especialistas da agência de medicamentos dos Estados Unidos, a FDA, e da Organização Mundial da Saúde (OMS) acaba de concluir que não há evidências sólidas de que uma terceira dose da vacina seja necessária para a população em geral.

Os pesquisadores realizaram uma revisão abrangente dos ensaios clínicos sobre a eficácia das vacinas e análises observacionais de seu desempenho em diferentes países. O trabalho, publicado nesta segunda-feira na revista médica The Lancet, mostra que a eficácia desses fármacos continua muito alta contra todas as variantes do coronavírus, incluindo a delta. “O conjunto de evidências acumuladas até agora parece mostrar que não há necessidade de uma terceira dose na população em geral, pois sua proteção contra a doença grave ainda é alta”, escrevem os autores.

Estudos observacionais mostram que as injeções são em média 95% eficazes contra a covid-19 grave e 80% contra a infecção, independentemente da gravidade. E esses dados, lembram os especialistas, são válidos para todas as variantes conhecidas. É verdade, acrescentam, que a eficácia das vacinas é maior contra a covid-19 grave do que contra os quadros mais brandos.

“Os estudos publicados até agora não fornecem evidências dignas de crédito de que a proteção contra covid-19 grave, que é o principal objetivo das vacinas, esteja diminuindo”, destacam os autores da análise, liderada pela chefa de Pesquisa da OMS, Ana María Henao. “Dado o número limitado de vacinas disponíveis, mais vidas serão salvas se as dermos para aqueles que têm maior risco de contrair covid-19, que são aqueles que ainda não receberam nenhuma dose.”

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“Embora uma terceira dose possa propiciar algum benefício, as vantagens de imunizar os não vacinados são muito maiores”, escrevem os autores do estudo. Seguir esse conselho “pode acelerar o fim da pandemia, pois impedirá a evolução de mais variantes do coronavírus”, acrescentam.

Os pesquisadores lembram um argumento defendido pela maioria dos especialistas em imunidade. O fato de alguns estudos mostrarem que há uma queda no nível de anticorpos —proteínas do sistema imunológico capazes de bloquear a entrada do SARS-CoV-2 nas células— não significa que a eficácia das vacinas esteja diminuindo. O fato de haver redução da proteção das vacinas contra a covid-19 moderada ou assintomática não significa que haverá falha na proteção contra a covid-19 grave. A possível explicação é que não apenas os anticorpos atuam na proteção contra a forma grave da doença, mas também as células de memória do sistema imunológico, observa o estudo.

Os responsáveis pelo artigo afirmam ser possível que existam grupos que precisam dessa terceira dose, principalmente os imunodeprimidos. Eles também fazem uma reflexão quanto ao futuro. Se novas variantes do SARS-CoV-2 surgirem, provavelmente serão descendentes das existentes. Nenhuma deles demonstrou poder burlar completamente o sistema imunológico. Em sua opinião, o mais razoável seria que, se aprovada uma terceira dose, seja uma nova versão da vacina especialmente desenhada contra as versões dominantes do patógeno, como a delta. É o mesmo, enfatizam, que se faz com a vacina contra a gripe todos os anos. Tanto a Pfizer como a Moderna estão conduzindo testes clínicos de vacinas contra a variante delta.

“Temos que ser muito cautelosos com a questão da terceira dose”, alerta Marcos López, presidente da Sociedade Espanhola de Imunologia. “Uma das coisas que este trabalho destaca é que são necessários mais estudos sobre a necessidade da terceira dose. É uma questão que ainda precisa ser analisada seriamente antes de aprovada, pois não temos evidências de que a vacina esteja falhando”, destaca.

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