Estados Unidos ativam novas sanções para sufocar a economia do Irã
Secretário de Estado insiste que a execução de Soleimani freou uma “ameaça iminente”, mas diz que não sabe contra quem nem onde
Os Estados Unidos ativaram nesta sexta-feira, por ordem executiva do presidente Donald Trump, sanções adicionais ao Irã, na primeira resposta específica ao ataque contra duas bases no Iraque que abrigam tropas americanas. As sanções, que o presidente já havia prometido impor durante sua mensagem à nação na quarta-feira, depois da resposta de Teerã à execução do general Qasem Soleimani, golpeiam setores-chave da economia iraniana, como o industrial, o de mineração e o têxtil, assim como uma série de altos funcionários do regime.
“Estas sanções continuarão até que o regime pare de financiar o terrorismo global e se comprometa a nunca ter armas nucleares”, disse o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, em entrevista coletiva ao lado do secretário de Estado, Mike Pompeo, na Casa Branca.
O pacote inclui “17 sanções específicas contra grandes produtores de aço e ferro” que, segundo Mnuchin, proporcionam “milhões de dólares de apoio ao regime”. Além disso, Washington anunciou medidas contra oito altos funcionários iranianos, entre eles o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional, Ali Shamkhani, “envolvidos no ataque de terça-feira”. Com isso, Washington envia a mensagem de que sabe quem esteve por trás daquele que foi provavelmente o ataque militar mais direto de Teerã contra os Estados Unidos em décadas.
A economia iraniana já sofre com sanções impostas pelos Estados Unidos a mais de mil indivíduos, empresas e organizações, adotadas depois que, em maio de 2018, o presidente Trump retirou os Estados Unidos do acordo nuclear assinado com o Irã em 2015, iniciativa de seu antecessor na Casa Branca, o democrata Barack Obama, que buscava o congelamento do programa nuclear iraniano em troca de um alívio nas medidas punitivas. “As sanções estão funcionando. Cortar a economia do regime tem um impacto, não há dúvida”, afirmou Mnuchin.
Diante de perguntas dos jornalistas, Pompeo insistiu que o assassinato do poderoso general Soleimani, na madrugada do dia 3 em Bagdá, foi ordenado para evitar uma ameaça iminente. “Havia informações sobre uma ameaça iminente” e “um plano ativo”, disse Pompeo. “Soleimani planejava um amplo ataque contra interesses americanos na região, incluindo embaixadas”, acrescentou, mas reconheceu ignorar onde ou contra quem exatamente seria lançado esse ataque.