_
_
_
_

Operação policial mata 12 supostos milicianos no Rio

Grupo passou a ser vigiado 15 dias atrás, depois que dois candidatos a vereador foram mortos na região da Baixada Fluminense

Naiara Galarraga Gortázar
A polícia vasculha uma área da Baixada Fluminense, na periferia do Rio de Janeiro, em 2019.
A polícia vasculha uma área da Baixada Fluminense, na periferia do Rio de Janeiro, em 2019.FELIPE FITTIPALDI

Uma operação policial contra supostos milicianos ― ex-integrantes das forças de segurança que se tornaram criminosos ― terminou em um banho de sangue na madrugada desta sexta-feira no Rio de Janeiro. Pelo menos 12 milicianos que viajavam em um comboio morreram ao trocarem tiros com agentes da Polícia Civil na Baixada Fluminense. O grupo começou a ser vigiado 15 dias atrás, dentro de uma operação para garantir a segurança nas eleições municipais de 15 de novembro, depois que dois candidatos a vereador foram assassinados recentemente nesta região.

Na noite de sábado, o candidato a vereador Domingos Barbosa Cabral (DEM-RJ), de 57 anos, foi morto a tiros enquanto estava num bar; dez dias antes, o candidato Mauro Miranda da Rocha (PTC-RJ), de 41 anos, foi assassinado a tiros também na região, conforme informações do jornal O Globo. Ambos tinham passagem pela polícia por porte ilegal de armas. Nas eleições de 2016, 15 candidatos foram mortos na Baixada Fluminense e região metropolitana, conforme o portal R7.

Mais informações
Jair Bolsonaro
Evangélicos e ‘voto miliciano’ repetem aliança em teste de fogo para o bolsonarismo no Rio
Queiroz faz churrasco em Atibaia, em foto que faz parte da ordem de prisão contra ele.
Trama para esconder Queiroz e ajudar Adriano da Nóbrega joga a milícia no coração da família Bolsonaro
Área onde milicianos atuam em Muzema, no Rio de Janeiro.
Adriano da Nóbrega, o policial que levou para o túmulo os segredos do submundo do Rio

A operação desta sexta foi a mais contundente (e letal) dos últimos tempos contra as milícias ― grupos peculiares dentro do ecossistema criminal do Rio de Janeiro, onde os delinquentes comuns convivem com narcotraficantes, que dominam as favelas, e com essas quadrilhas compostas por homens que no passado foram policiais, militares ou bombeiros, mas migraram para o crime organizado. A principal atividade criminosa dos milicianos costuma ser a extorsão nos bairros onde se fortaleceram.

O clã liderado pelo presidente Jair Bolsonaro há anos é alvo de suspeitas de ligações com as milícias da Zona Oeste do Rio. O senador Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho mais velho do presidente, empregou em seu gabinete a mãe e esposa de Adriano Nóbrega, um poderoso miliciano que morreu meses no começo do ano numa operação policial na qual muitos viram como uma tentativa de queima de arquivo. O mandatário ultradireitista construiu sua longa carreira de deputado defendendo interesses corporativos de policiais e de militares de baixa patente.

Antes do confronto desta madrugada, a polícia tentou interceptar o grupo em várias ocasiões, sem conseguir, até que na noite passada o encurralou no município de Itaguaí, na Baixada Fluminense, conforme relatou o delegado Rodrigo Oliveira ao jornal O Globo. Ele disse que o primeiro tiro partiu dos criminosos, que feriram um de seus agentes. Aí começou o tiroteio, que acabou com a morte dos 12 milicianos que ocupavam quatro veículos, incluído um que foi levado ao hospital. Foram apreendidos com o grupo cinco fuzis, três metralhadoras, pistolas, uma granada e rádios de comunicação.

O órgão encarregado da operação contra as milícias é a Polícia Civil, que tradicionalmente no Brasil se dedica às investigações e não é mobilizada nas ruas, território da Polícia Militar.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_