Governo de São Paulo planeja volta às aulas presenciais a partir de setembro

Plano prevê a reabertura das instituições de ensino da rede pública e privada condicionada à diminuição da pandemia nas cidades paulistas. Fase inicial deve atingir 35% dos alunos

Uma estudante de cinco anos assiste às aulas enviadas pela escola no celular em sua casa, com a ajuda do pai, na cidade paulista de Santo André, em 26 de março, logo após o início da pandemia no Brasil.AMANDA PEROBELLI (Reuters)
São Paulo -

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o secretário de Educação, Rossieli Soares, anunciaram nesta quarta-feira o plano de retomada da educação pública e privada “pós-covid”, visando o retorno de 13,5 milhões de alunos às aulas presenciais do Estado. O plano determina que as instituições poderão ser abertas a partir do momento em que todas as cidades de São Paulo completarem 28 dias na fase 3, a chamada fase amarela, do plano São Paulo de flexibilização das atividades econômicas. Desta forma, a ideia é que a retomada aconteça de forma uniforme em todas as cidades paulistas. Até hoje, nenhum município alcançou esta etapa de flexibilização, mas o Governo idealiza como previsão para a reabertura das escolas o dia 8 de setembro.

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“O plano é consolidado, gradual, cuidadoso e seguro”, garantiu Doria. O secretário de educação, que apresentou o protocolo por videoconferência por estar se recuperando da covid-19, explicou que a primeira etapa da reabertura seguirá normas baseadas no distanciamento social, higiene pessoal, higienização dos ambientes, comunicação com as famílias e monitoramento de sintomas. Para atender a “regra de ouro do distanciamento de 1,5 metros”, como chamou o secretário, a primeira etapa liberará a volta de até 35% dos alunos do Estado.

Nesse contexto, o Governo prevê medidas de segurança como organização dos horários de entrada e saída, onde todos precisarão ter as temperaturas aferidas; a consequente proibição da entrada de pessoas com temperatura maior de 37,5º C; a proibição de feiras, palestras e competições esportivas; o revezamento de intervalos e recreios entre turmas; o uso obrigatório de máscara protetora dentro da instituição; o uso individual de garrafas ou canecas de água; entre outras. Soares ressaltou que não há protocolo estadual que priorize idades ou séries no retorno inicial dos 35% de estudantes, já que essa escolha vai ficar a cargo de cada região.

A segunda etapa do retorno, que possibilita a volta de até 70% de todos os alunos das redes públicas e privadas de São Paulo, está prevista a partir do momento em que 60% dos municípios registrem 14 dias consecutivos na fase 4, a verde. Por último, a terceira etapa, chamada de “novo normal” por Rossieli Soares, prevê a volta de 100% dos alunos às aulas presenciais desde que 80% das cidades cheguem aos 14 dias na fase 4. Caso alguma região ou município regrida nas fases do Plano São Paulo ao longo da retomada da educação, será feita uma exceção na uniformidade e as particularidades locais serão tratadas individualmente.

João Doria fez questão de ressaltar que “a educação não parou em São Paulo”. Segundo ele, são três milhões de alunos tendo aulas online no Estado neste momento, com o ensino público e privado paralisado presencialmente desde março. Soares se preocupa com a recuperação do aprendizado dos estudantes que já foram e ainda serão afetados pela distância da sala de aula. “Nossas pesquisas apontam que a epidemia de H1N1, que paralisou as escolas por 15 dias, impactou em quatro pontos na nossa avaliação da educação do Estado. Por isso nosso plano de recuperação é muito longo, até o fim de 2022″, contou. Neste plano, estão previstos o acolhimento socioemocional dos alunos que passaram meses na quarentena, além da recuperação e aprofundamento da aprendizagem e prevenção do abandono e da evasão escolar.

No último dia 16 de junho, a Universidade de São Paulo (USP) comunicou que adotará o ensino à distância nos cursos de graduação e pós-graduação até o fim de 2020, com o segundo semestre iniciando no dia 18 de agosto. Unesp e Unicamp, as outras universidades estaduais de São Paulo, sinalizaram seguir no mesmo caminho da USP, mas todas confessaram que aguardavam as diretrizes do Governo paulista e mudariam a estratégia a depender da situação epidêmica favorável. “As universidades estão no âmbito do Estado e alinhadas com o nosso plano mas, dadas as suas autonomias e particularidades, os reitores nos informaram que liberarão seus planos readaptados à realidade de cada uma delas”, informou a secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Patrícia Ellen.

Na mesma coletiva, José Henrique Germann, secretário de Saúde de São Paulo, atualizou os números da pandemia da covid-19 no Estado. São Paulo registrou 9.347 novos casos, que totalizam 238.822 desde fevereiro, além de 284 mortes que se somam aos 13.352 óbitos pelo novo coronavírus. A taxa de ocupação dos leitos de UTI está em 65,4% no Estado, que representam 5.455 internados em tratamento intensivo, além de 8.547 internados em enfermaria, entre confirmados e suspeitos. Na última terça-feira, o índice de isolamento social ficou em 46% no Estado.

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