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Polícia Federal identifica ameaças contra ministros do STF

Segundo jornal, presidente da Corte, Dias Toffoli, pediu que colegas redobrassem a segurança. PF afirma que não há indícios de “plano elaborado”

São Paulo -
O presidente do STF, Antonio Dias Toffoli, é seguido por Celso de Mello e Marco Aurélio Mello ao entrar no plenário do tribunal.
O presidente do STF, Antonio Dias Toffoli, é seguido por Celso de Mello e Marco Aurélio Mello ao entrar no plenário do tribunal.Fellipe Sampaio (SCO/STF)

Ameaças contra ministros do Supremo Tribunal Federal foram descobertas pela Polícia Federal em janeiro e acenderam o alerta entre os membros da Corte. De acordo com a colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo, o presidente do Tribunal, Dias Toffoli, teria encaminhado no dia 12 deste mês uma circular aos colegas alertando para o perigo de “agressões contra ministros". Em nota divulgada depois da publicação da reportagem, a PF afirmou que “nas últimas semanas, monitoramentos de rotina realizados encontraram trocas de mensagens, via Deep Web, com ofensas e ameaças a autoridades da República". No entanto, ”tais ameaças eram genéricas e não traziam indícios de qualquer planejamento elaborado de possível atentado", segundo a nota da instituição. A deep web é uma parte da Internet que não é indexada por buscadores e onde, dentre outras coisas, organizações criminosas planejam ações.

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AME9477. BRASILIA (BRASIL), 07/02/2020.- El ministro y presidente del Supremo Tribunal Federal de Brasil, José Antonio Dias Toffoli (d), recibe a Fernando García Casas (i), embajador de España en Brasil, junto al ministro de Justicia de Brasil, Sergio Moro (c), para agradecer la colaboración por la extradición del terrorista Carlos García Juliá, este viernes en la embajada de España en la ciudad de Brasilia (Brasil). EFE/ Andressa Anholete
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A circular confidencial encaminhada por Toffoli pede ainda que os ministros “reforcem a segurança pessoal nas atividades cotidianas”, tendo em vista que os supostos terroristas comentaram em fóruns na Internet que a rotina e o fácil acesso aos integrantes da Corte facilitaria um ataque. O ministro Alexandre de Moraes, que relata um processo que apura ataques e fake news contra o STF, teria sido o primeiro a ser informado, diretamente pela PF, e repassou as informações para o presidente da Corte. O EL PAÍS procurou o gabinete dos ministros e a assessoria de imprensa da Corte, que não se pronunciaram sobre o caso até o momento. O ministro Sergio Moro, responsável pela PF, também não se manifestou sobre a possível ameaça.

O uso da deep web no planejamento de atos terroristas tem se tornado cada vez mais comum em todo o mundo. Em alguns casos os ataques são até mesmo transmitidos online, e o resultado comemorado em fóruns restritos, conhecidos como chans. O ataque à Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, ocorrido em março de 2019 e que deixou dez mortos, por exemplo, teria sido elaborado na deep web, segundo as investigações da PF.

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