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Antropológa Debora Diniz recebe prêmio internacional por seu trabalho na área de igualdade de gênero

Colunista do EL PAÍS ganhou o Dan David Prize. “Se fui agraciada é porque sou uma brasileira na linha de frente da resistência à ofensiva contra os direitos das mulheres e meninas”

A pesquisadora Debora Diniz.
A pesquisadora Debora Diniz.Divulgação

A antropóloga e colunista do EL PAÍS Debora Diniz venceu nesta quarta-feira o prêmio Dan David na categoria igualdade de gênero. A iniciativa, que existe desde 2001, reconhece pesquisas interdisciplinares que “quebram paradigmas e fronteiras” em sua área, promovendo “impacto social e cultural”. “Estou emocionada com esta honra. Sou a segunda mulher da América Latina a receber este importante prêmio acadêmico”, escreveu a antropóloga no twitter. “Agradeço a todas as mulheres que eu conheci ao longo da minha carreira de pesquisadora. É alentador saber que a luta pelo aborto no Brasil é central à igualdade no mundo”. Diniz dividiu a honraria de um milhão de dólares (ou 4,7 milhões de reais) com a professora indiana Gita Sen, que atua na área de empoderamento econômico da mulher.

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“Foi com emoção que recebi a notícia do Dan David Prize. Há muitas pesquisadoras globais sobre o tema da igualdade de gênero. Se fui uma das agraciadas, neste momento, é porque sou brasileira, uma mulher latino-americana na linha de frente da resistência à ofensiva autoritária contra os direitos das mulheres e meninas. É, assim, que o prêmio me anima a criar mais, a me dedicar ainda mais na defesa da democracia no Brasil”, disse ela ao jornal.

Diniz, que é professora da Universidade de Brasília e também pesquisadora da organização Anis Instituto de Bioética, precisou deixar o país em 2018 após sofrer uma série de ameaças de morte nas redes sociais devido à sua posição com relação aos direitos reprodutivos das mulheres. No EL PAÍS em português e espanhol, tem abordado as ameaças aos direitos das mulheres no continente e no mundo ao lado de Giselle Carino, cientista política argentina e diretora nas Américas da organização pelos direitos reprodutivos IPPF(International Planned Parenthood Federation).

Ao longo de sua carreira acadêmica, antropóloga sempre buscou qualificar o debate sobre o aborto, procedimento que, segundo levantamento do Anis, foi realizado por uma a cada cinco mulheres de até 40 anos. Entre 2016 e 2017 ela se tornou figura central nas discussões sobre interrupção da gravidez em um momento no qual o Supremo Tribunal Federal discutia o assunto: Diniz defende o aborto até a 12ª semana de gestação.

A professora também é autora de vários livros, dentre eles Zika: do sertão nordestino à ameaça global (Editora Civilização Brasileira), pelo qual recebeu o prêmio Jabuti na categoria Ciências e Saúde.

Além de Diniz e Sen, Lonnie G. Bunch III e Barbara Kirshenblatt-Gimblett foram reconhecidos na categoria passado, pela conservação e recuperação cultural da história dos judeus poloneses. Demis Hassabis, fundador da companhia DeepMind, e Amnon Shashua, da empresa Mobileye, levaram na categoria futuro, por trabalhos na área de inteligência artificial.


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