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Trump aplaude saída de Evo Morales após pressão do Exército

Presidente norte-americano afirma que a renúncia envia uma forte mensagem aos regimes "ilegítimos" da Venezuela e Nicarágua

Antonia Laborde
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A guinada de uma cúpula militar cortejada pelo presidente Evo Morales

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comemorou nesta segunda-feira a renúncia de Evo Morales após pressão do Exército boliviano. O republicano disse em nota que a saída do poder do mandatário sul-americano envia “aos regimes ilegítimos da Venezuela e Nicarágua” uma forte mensagem de que a democracia sempre prevalece. Um alto funcionário do Departamento de Estado rejeitou a ideia de que o ocorrido no país andino tenha sido um golpe de Estado. “A cúpula militar só disse o óbvio”, afirmou, numa conferência telefônica com jornalistas, em alusão à ordem dada pelo chefe do Exército a Morales para que se demitisse.

“Os Estados Unidos aplaudem o povo boliviano por exigir liberdade e ao Exército boliviano por acatar seu juramento de proteger não só uma pessoa e, sim, a Constituição da Bolívia”, sustentou Trump. A declaração ocorreu um dia depois de Morales, escondido numa região produtora de coca no centro do país e abandonado pelas Forças Armadas, renunciar ao cargo, em meio a maciços protestos contra sua Administração. Também na segunda-feira, Morales aceitou a oferta de asilo do México e embarcou para esse país.

As quase três semanas de manifestações se intensificaram no domingo, quando a Organização dos Estados Americanos (OEA) publicou uma auditoria preliminar das eleições de 20 de outubro, em que Morales foi reeleito. A investigação revelou “contundentes” irregularidades, por isso recomendava que os cidadãos voltassem às urnas sob um novo tribunal eleitoral.

Morales, candidato a um quarto mandato pelo Movimento ao Socialismo (MAS), acatou a proposta, mas a crispação da oposição, liderada pelo candidato e ex-presidente Carlos Mesa, vinha de longa data. Em 2016, Morales havia convocado um referendo para perguntar ao povo se o autorizava a disputar um novo mandato. Apesar do resultado negativo, o Tribunal Constitucional, afim ao ex-presidente, alterou as regras para que ele pudesse aparecer na cédula.

“Agora Morales diz ser vítima de um golpe de Estado, embora todos estes fatos demonstrem que o povo boliviano teve provas suficientes da rejeição do seu próprio Governo à vontade dos cidadãos”, afirmou o funcionário do Departamento de Estado norte-americano. Nem todos concordam. Países como México e Argentina consideram que o ocorrido neste domingo constitui um golpe de Estado. José Miguel Insulza, ex-secretário geral da OEA, também condenou o ocorrido. “Devem realizar as novas eleições que Evo Morales anunciou há poucas horas. A renúncia anunciada por Evo Morales tem por objetivo impedir o derramamento de sangue boliviano. Mas este é um golpe de Estado, olhe-se por onde for.”

Para amanhã está prevista uma sessão extraordinária do Conselho Permanente da OEA, a pedido de Brasil, Canadá, Colômbia, Estados Unidos, Guatemala, Peru, República Dominicana e Venezuela (em nome do Governo encabeçado por Juan Guaidó), com o propósito de considerar “a situação na Bolívia”. Até agora, o organismo internacional manifestou apenas seu rechaço a “qualquer saída inconstitucional à situação”.

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