_
_
_
_

Greve geral colapsa a cultura em Barcelona

Museus, atrações turísticas e dezenas de teatros cancelaram suas atividades pelas manifestações

Jovens observam o fechamento do acesso principal da Sagrada Família em Barcelona.
Jovens observam o fechamento do acesso principal da Sagrada Família em Barcelona.CARLES RIBAS

A atividade cultural foi gravemente afetada nesta semana pelo dia de greve geral na Catalunha. Milhares de manifestantes bloquearam os acessos da Sagrada Família e o templo fechou suas instalações poucos minutos depois. Diversos equipamentos culturais barceloneses, como o Liceo e o Palau de la Música, anunciaram seu fechamento na quinta, enquanto outros locais como o Macba e o Lliure, cancelaram suas atividades durante o caos do dia.

Os turistas encontraram um panorama confuso nas imediações da Sagrada Família na quinta-feira. Por volta de 4.000 pessoas, de acordo com a Guarda Urbana, bloquearam os acessos do templo por alguns minutos. Em um ambiente tranquilo, dezenas de famílias gritavam lemas independentistas, enquanto algumas crianças brincavam no chão da rua de la Marina. Os manifestantes, que foram convocados por Pícnic x República, se concentraram no local por volta das 11h30. Centenas de turistas ficaram presos, por aproximadamente uma hora, e os funcionários, após evacuar os visitantes, fecharam as portas do monumento. As bandeiras da Catalunha se misturaram com os paus de selfie dos turistas, que abandonaram resignadamente o local com suas entradas compradas.

Mais informações
Violência diminui de intensidade no sexto dia de protestos em Barcelona
Onda de protestos chega ao quinto dia com greve geral e manifestação unificada em Barcelona
Noite de caos, confrontos e fogo em Barcelona

A Sagrada Família não foi a única atração turística que se viu obrigada a fechar durante o caótico dia. Em La Pedrera foram bloqueados os acessos ao edifico de Antoni Gaudí às 17h “para garantir a segurança dos visitantes”. Enquanto o mercado da Boqueria, localizado no coração de La Rambla, amanheceu com mais da metade de suas bancas com as persianas fechadas.

Os museus da capital catalã também não se salvaram. O Macba cancelou nesta semana a inauguração da exposição Charlotte Posenenske: Work in Progress e publicou um anúncio na quinta-feira em sua conta do Twitter afirmando que “não poderia garantir o serviço habitual aos visitantes” pela greve. O Museu de Arqueologia da Catalunha (MAC), por sua vez, se limitou a informar sobre a suspensão de suas atividades em seu site. Enquanto o Virreina não abriu suas salas de exposições, o Museu de Disseny fechou durante o agitado dia.

Foram poucos os equipamentos culturais da cidade que informaram de maneira clara e com antecedência sobre o fechamento de suas portas. O Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona (CCCB), em um comunicado, esclareceu que sua exposição principal ¡Feminismos! permaneceria fechada. Outro dos centros foi o Museu Egípcio que comunicou no Twitter, na quinta-feira, o cancelamento de suas atividades com uma mensagem “lamentando os danos ocasionados”.

Para colocar em andamento uma representação operística são necessárias centenas de pessoas para que tudo funcione como um relógio. Por isso, e pela incerteza provocada pelo chamado de greve, a ópera Turandot não foi encenada no Liceo. “A função foi cancelada por motivos de força maior”, disseram em um comunicado em suas redes sociais.

Muitos teatros precisaram tomar a mesma decisão. O Lliure suspendeu por fim suas atividades, a função de Abans que es faci fosc. A sala havia informado que a representação dependeria da possibilidade de contar com os funcionários necessários. A mesma coisa ocorreu com o Teatro Nacional da Catalunha (TNC), que esperou até as 18h para informar sobre o cancelamento da obra La Rambla de las Floristas, somente duas horas antes da função. Outras salas que suspenderam suas atividades foram o Tívoli, Victòria, Coliseum, Borràs, Capitol e Beckett.

Os shows e o cinema

O Palau de la Música também cancelou por “força maior” o show previsto com Magdalena Koená e Sir Simon Rattle; assim como o espetáculo do ciclo Palau 100. A finalista da Operação Triunfo Aitana Ocaña também cancelou sua apresentação no Palau Sant Jordi, que ficou adiada para 3 de novembro. Enquanto a banda catalã La Casa Azul se somou aos anúncios feitos pelos artistas durante a semana com a suspensão de seu show no Razzmatazz “pelas mobilizações dessa semana e o chamado de greve”. O show de Javier Riubal pelo ciclo Curtcircuit, no Soda Acustic, foi cancelado, informaram os organizadores no Twitter.

O Grupo Balañá cancelou todas as exibições em seus cinemas Aribau, Balmes, Bosque, Glòries, Gran Sarrià e Palau Balañá. O cinema Comedia da rede Yelmo também fechou as portas no Paseo de Gràcia, lugar em que de noite um helicóptero sobrevoava e milhares de manifestantes caminhavam no caos da noite.

MUITOS CANCELAMENTOS FORA DA CAPITAL CATALÃ

A cantora Ana Belén cancelou seu show no Casino Peralada (Girona) programado para quinta-feira pela previsão de estradas bloqueadas. O show foi adiado para sexta-feira 29 de novembro no novo pavilhão de Castell de Peralada.

Na área do cinema, a Badalona Comunicació informou a suspensão da sessão inaugural do festival internacional de curtas Filmets Badalona Film Festival, prevista para a noite de quinta-feira no teatro Zorrilla.

O teatro foi a área artística mais afetada. O festival Temporada Alta criticou "duramente" a sentença na segunda-feira e já informou de que participará da greve geral, cancelando os espetáculos da programação de quinta-feira. Além disso, o Teatre Aditori de Granollers também cancelou pela greve duas sessões do concerto de Carles Marigó, que serão realizadas em 8 de maio, e o espetáculo Solitudes do Kulunka Teatre, adiado para 31 de outubro.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_