Surge um segundo informante no processo de impeachment contra Trump
Advogados confirmam que representam um outro denunciante que tem informações em primeira mão sobre as interações do presidente
Os advogados do funcionário de inteligência que deu o alarme a respeito do que entendeu que eram pressões de Donald Trump sobre a Ucrânia para que ela ajudasse o presidente americano em sua campanha política confirmaram neste domingo que estão representando agora um segundo denunciante que decidiu falar. Trata-se, segundo a rede de televisão ABC, de um agente de inteligência com conhecimento em primeira mão sobre as interações do presidente.
A existência de um segundo informante acrescenta expectativa ao processo de impeachment contra o presidente, que começou na semana passada na Câmara dos Representantes. O processo de destituição foi iniciado pelos democratas, que consideraram que a queixa do primeiro informante −na qual relatou uma conversa telefônica em que Trump pedia ao presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, que investigasse as aventuras do filho de seu rival político Joe Biden naquele país− poderia constituir o “crime ou falta grave” que, pela Constituição, pode levar ao impeachment de seu autor.
A queixa do primeiro denunciante foi baseada em conversas com “mais de meia dúzia” de funcionários. O segundo denunciante, de acordo com o The New York Times, teria um conhecimento mais direto do relacionamento de Trump com a Ucrânia.
“Confirmo que meu escritório e minha equipe representam vários denunciantes”, tuitou o advogado Andrew Bakaj, acrescentando: “Não haverá mais comentários por enquanto”. Pelo que a equipe de advogados confirmou ao The Washington Post, o segundo denunciante conversou com o inspetor-geral da comunidade de inteligência, mas não apresentou oficialmente sua queixa porque “não precisa”.
O primeiro denunciante apresentou sua queixa por escrito por meio do canal oficial no mês passado. Trata-se, segundo o Times, de um agente da CIA que estava designado para a Casa Branca e que, alarmado com o que entendeu como pressões do presidente Trump sobre seu homólogo ucraniano, falou com diversas testemunhas de primeira mão e redigiu um relatório para seus superiores.
IC WHISTLEBLOWER UPDATE: I can confirm that my firm and my team represent multiple whistleblowers in connection to the underlying August 12, 2019, disclosure to the Intelligence Community Inspector General. No further comment at this time. https://t.co/05b5aAVm2G
— Andrew P. Bakaj (@AndrewBakaj) October 6, 2019
O presidente tentou reduzir a credibilidade da denúncia, alegando que está baseada em informação de segunda mão. “O chamado primeiro informante de segunda mão”, tuitou Trump na noite de sábado, “equivocou-se quase completamente sobre minha conversa telefônica, por isso dizem agora que vão conseguir outro denunciante”.
A conversa telefônica entre Trump e Zelenski ocorreu em 25 de julho. O sigilo sobre um registro detalhado do telefonema, que não é uma transcrição oficial, foi retirado na semana passada. Nele, o presidente Trump pede a Zelenski o favor de investigar as atividades na Ucrânia de Hunter Biden, filho do favorito para obter a candidatura democrata às eleições do ano que vem. Hunter Biden era membro do conselho de uma grande empresa de gás ucraniana quando seu pai, então vice-presidente de Barack Obama, coordenava a diplomacia americana no país.
Mensagens de texto entregues aos congressistas por Kurt Volker, ex-enviado especial dos Estados Unidos à Ucrânia que se reuniu com os legisladores na semana passada a portas fechadas, mostram como Trump condicionou a visita oficial que Zelenski tanto ansiava fazer à Casa Branca à abertura, pelo Governo ucraniano, de uma investigação contra os Biden.
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