Macrismo (sem Macri) vence na província de Mendoza
Sigla de aliança governista, que apagou o presidente das faixas e panfletos durante a campanha, vence último pleito regional antes das eleições gerais de outubro
O macrismo comemorou na noite de domingo em Mendoza, mas sem Mauricio Macri. A União Cívica Radical (UCR), partido centenário que integra a aliança governista Cambiemos, conquistou o governo da província neste domingo com 51% dos votos depois de uma campanha na qual apagou o presidente das faixas e atos oficiais. Os radicais “provincializaram” a campanha para que a má imagem de Macri não prejudicasse as possibilidades de Rodolfo Suárez, afilhado político do atual governador, Alfredo Cornejo. Em segundo lugar, a mais de 15 pontos de distância, ficou a senadora peronista Anabel Fernández Sagasti. O apoio explícito do candidato presidencial Alberto Fernández, que tentou, sem sucesso, acrescentar uma nova vitória na última eleição provincial antes das gerais de 27 de outubro, foi de pouca ajuda.
Mendoza é o quinto distrito eleitoral do país e integra —junto com Buenos Aires, Córdoba e Santa Fé— o grupo das grandes províncias. Um sistema sem reeleição permitiu desde o retorno à democracia em 1983 uma atípica sucessão de governos peronistas e radicais, cinco para cada um. Suárez sucederá agora outro radical, Cornejo. A eleição, no entanto, foi um exemplo dos esforços dos aliados de Macri em tomar a maior distância possível do presidente e atrair seu eleitorado com discursos locais. A vitória de Suárez dará oxigênio a Macri, mas seria um erro considerá-la augúrio de uma mudança de tendência em outubro. “As pessoas distinguem e escolhem, mas não devemos nos confundir, isso não garante nenhum resultado nacional”, disse o deputado Mario Negri, homem próximo a Macri que lidera o bloco governista no Congresso.
O peronista Alberto Fernández venceu com quase 50% as primárias de 11 de agosto, consideradas uma antecipação do que acontecerá na eleição final do domingo, 27 de outubro. Em Mendoza, Fernández obteve 41% dos votos, contra 37% de Macri.
A eleição para o governo de Mendoza foi a foto do cenário político argentino: atomizado no nível provincial, com poderes locais que renovaram seus mandatos em eleições que aconteceram antes das nacionais; homogêneo em nível nacional, com o peronismo como força hegemônica.
Se os radicais “provincializaram” a campanha, o peronismo a nacionalizou. Alberto Fernández viajou durante a última semana para a província e defendeu Sagasti em um comício ao qual acrescentou uma dúzia de governadores peronistas reeleitos ou a caminho de serem eleitos. Inclusive a ex-presidenta Cristina Fernández de Kirchner apoiou a candidata a governadora, sem sucesso. Sagasti reconheceu a derrota na noite de domingo antes mesmo da divulgação dos resultados oficiais, ciente de que a diferença em relação a Suárez era insuperável. “Liguei para o próximo governador para felicitá-lo”, disse em uma entrevista coletiva. Os governistas comemoraram mais tarde e Macri parabenizou o novo governador pelas redes sociais, embora não tenha viajado para a província. Enviou em seu lugar o ministro do Interior Rogelio Frigerio.
Com essa eleição regional, só falta definir os governadores da província e da cidade de Buenos Aires. Tudo indica que a primeira mudará de cor em favor do peronista Axel Kicillof e a segunda continuará nas mãos do macrista Horacio Rodríguez Larreta. Se os resultados se confirmarem, o próximo presidente terá de administrar uma Argentina com 16 províncias peronistas, 2 radicais-macristas e a capital como último reduto do macrismo puro. Os três distritos “amarelos”, a cor da frente Cambiemos, terão o desafio de manter viva a chama da oposição ao peronismo, embora dependerá do resultado em outubro que seja Macri o armador dessa força.
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