_
_
_
_

Argentina tem um encontro com o Brasil na Copa América

Com gols de Lautaro Martínez e Lo Celso, a Alviceleste derrota a Venezuela e enfrentará seu maior rival na semifinal da Copa América

Agüero contra o goleiro Fariñez, na partida entre Argentina e Venezuela no Maracanã.
Agüero contra o goleiro Fariñez, na partida entre Argentina e Venezuela no Maracanã.Eugenio Savio (AP)
Juan I. Irigoyen

A Argentina estava perdida na Copa América do Brasil. Presa na confusão de uma comissão técnica jovem, com uma mudança geracional sem a experiência suficiente para lidar com a pressão de uma torcida sedenta por títulos. Mas o futebol é dos jogadores, de gente como Messi, claro; mas também de atacantes como Lautaro Martínez e Kun Agüero. A partir de seus homens de ataque, a Alviceleste começou a caminhar na Copa América. E, como contra o Qatar, Lautaro demonstrou tranquilidade no começo do jogo, para que no final Agüero aparecesse (dessa vez a jogada foi finalizada por Lo Celso). A Argentina, que ainda espera pela versão estelar de Messi, joga com o Brasil no Mineirão na semifinal para tentar voltar ao Maracanã na disputa do título.

Messi levou uma alegria do templo do futebol brasileiro. A última lembrança do camisa 10 no Maracanã era triste, certamente a mais amarga em sua vida com a Alviceleste. “Nunca mais voltei a ver a final com a Alemanha”, repete sobre o jogo da Copa de 2014. Cinco anos depois, o argentino e seu parceiro Agüero eram os únicos dois sobreviventes da derrota para a Mannschaft na Copa do Brasil. Messi também estava na derrota da Argentina contra a Venezuela (1x3) em março. Mas a Alviceleste, à época, era uma equipe bagunçada, sem identidade, que mudou três vezes de sistema tático no Estádio Wanda Metropolitano em Madri. Não significa que hoje a Argentina seja um modelo de jogo bonito, mas tem, pelo menos, uma ideia concisa do que quer fazer em campo. Insinuou contra o Qatar, confirmou frente à Venezuela.

O manual dos lugares-comuns, tantas vezes utilizado no mundo do futebol, diz que as equipes são montadas de trás para frente. A Argentina fez ao contrário, primeiro encontrou seu ataque, com Messi, Agüero e Lautaro, depois procurou o equilíbrio. Algumas vezes o tem; em outras, sua zaga falha, principalmente contra um atacante forte como Rondón, cercado por dois velocistas como Murillo e Machís. A Venezuela não sai de seu estilo. Nem mesmo o precoce gol de Lautaro Martínez desorganizou a Vinotinto. Mas ela encontrou uma nova Argentina no Rio. Aliviada após a vitória contra o Qatar, a primeira em uma partida oficial para Scaloni, a Argentina tomou conta do campo da Venezuela.

Mais informações
Brasil e Argentina no divã

Lautaro Martínez e Agüero não demoraram cinco minutos para mostrar seu DNA à zaga venezuelana, enquanto Messi, no beco sem saída do 10, arrastava mais os olhares do que as marcações, ainda que tenha ficado sempre a um drible de se reencontrar com o gol no Maracanã (marcou contra a Bósnia em 2014). Primeiro Agüero assustou Fariñez, depois foi Pezzella que não conseguiu finalizar em uma cobrança de escanteio, até que Lautaro desviou de chaleira à rede o chute de Kun, após cruzamento de Messi. A Argentina acordava. Enfeitiçada no ataque e solitária no meio de campo, ainda que vacilante na zaga. Nem mesmo a escalação do zagueiro Foyth na lateral direita deu mais profundidade à Alviceleste. Mas a Venezuela não estava disposta a sair para o jogo. Então, com a Argentina sem pressa, o duelo alterou altos e baixos.

Foi o momento em que a torcida argentina se animou com seu já famoso “Brasil me diga o que sente”, respondido pela torcida brasileira ao canto de “mil gols, mil gols, só Pelé, só Pelé, Maradona cheirador”. O Maracanã palpitava uma possível semifinal da América entre seus dois filhos prediletos. O jogo ficou apagado até ser reanimado por Lautaro Martínez. O atacante da Inter recebeu um precioso passe de Paredes nas costas da zaga e chutou forte. A bola resvalou na trave esquerda de Fariñez.

A Argentina recuou em campo, disposta a jogar mais com os espaços do que com a bola. Um risco para a equipe de Scaloni, especialmente quando Messi, Agüero e Lautaro Martínez esqueciam de marcar. Scaloni mexeu no time, mas as coisas não melhoraram para a Alviceleste. Di María e Lo Celso não devolveram o controle à Argentina, já sem o incisivo Lautaro Martínez em campo. Até que apareceu Agüero. O atacante do Manchester City chutou forte e Fariñez não conseguiu segurar. O rebote sobrou para Lo Celso para selar o 2x0. Já não havia mais nada a dizer. A Argentina se pareceu um pouco com a Argentina, em pleno Maracanã.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_