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Venezuela: as últimas notícias da crise política

Bolsonaro recebe Juan Guaidó em Brasília, em meio a impasse sobre papel do Brasil na crise

O presidente Jair Bolsonaro em encontro com Juan Guaidó nesta quinta, em Brasília.
O presidente Jair Bolsonaro em encontro com Juan Guaidó nesta quinta, em Brasília. UESLEI MARCELINO (REUTERS)
El País
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Bolsonaro recebe Guaidó em meio a divergências sobre papel do Brasil

O presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta quinta-feira o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó. A visita a Brasília do líder da oposição venezuelana, reconhecido pelo Governo brasileiro como presidente interino do país, ocorre em meio a divergências sobre papel do Brasil na crise no território vizinho. Após a reunião com Bolsonaro, Juan Guaidó se reúne com um grupo de deputados brasileiros no salão verde da Câmara e, na sequência, com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não o receberá. A situação política venezuelana permanece tensa e cresce a pressão internacional para que o presidente venezuelano Nicolás Maduro renuncie ao seu mandato.

Veja os últimos destaques da cobertura:

EUA pressiona na ONU para conseguir que Maduro renuncie de maneira pacífica. 

A frágil economia da fronteira Brasil-Venezuela já sofre o impacto do fechamento.

Venezuela retém jornalista no palácio presidencial e confisca entrevista com Maduro.

Militares venezuelanos desertam em Roraima: "É agora ou nunca".

Acompanhe as notícias da crise política na Venezuela:

Apoiadores de Maduro e Guaidó voltam a protestar

A Venezuela voltou a ser palco de novos protestos neste sábado, ainda com o fornecimento de energia elétrica instável, um dia após ocorrer o maior blecaute em décadas no país. Houve confronto enfre as forças chavistas e os manifestantes opositores nas ruas de Caracas.

A marcha foi convocada por Juan Guaidó, autoproclamado presidente venezuelano:

Já o Governo Maduro, convocou outro protesto paralelo, para medir forças com o adversário:

Guaidó citou ainda a produção da petroleira nacional PDVSA como um indicador dos problemas do país. “Produzia 3 milhões de barris de petróleo e agora menos de um milhão, quase 600.000 na verdade”. Para resgatar a indústria “é preciso resgatar a democracia e os direitos humanos,  e o Estado de direito, e isso beneficia a nosso país irmão [o Brasil]”. Isso permite o resgate da fronteira, diz ele. Segundo ele, esta aproximação com o Brasil “marca um rito novo de uma região que quer democracia”, disse ele. “Presidente, obrigada pelo entendimento de que uma região forte gera uma economia forte”. É preciso defender as instituições em todos os países, alertou. “Há 300 mil venezuelanos em risco de morte e outros 3 milhões em risco sanitário na Venezuela”, completou. Para ele, “não há um dilema entre guerra e paz na Venezuela, nem sobre uma ideologia ou outra. Mas é entre democracia e ditadura, entre a miséria e fome, ou regressar ao futuro da prosperidade”. Não há dilema, mas “nao podemos viver em paz quando massacram indígenas e aborígenes, em Santa Helena de Uairén, na fronteira com Roraima, ou quando negam eleições livres”, diz ele.

Ele mencionou também o ataque aos direitos humanos, o desmonte do Estado de Direito e o ataque ao setor privado venezuelano como fatores que empobreceram seu país. “Resgatar uma relação positiva traz benefício à região e à nossa gente”, afirmou Guaidó. A exigência muito clara do povo venezuelano: viver em paz, encontrar alimentos e emprego e não atravessar a fronteira”, afirmou.

Guaidó disse que a sua visita marcava um novo momento de relações entre os dois países. Ele lembrou que o comércio entre os dois países já alcançou 6 bilhões de dólares, e hoje não passa de 200 milhões de dólares. “Isso empobreceu nossa gente, e gerou a corrupção desatada na Venezuela”, afirmou o presidente interino daquele país, nomeado pela Assembleia Legislativa Nacional.

Guaidó teve uma clara mudança de tom em relação ao final de semana que passou, antes da reunião do Grupo de Lima. No sábado, insinuava que “todas as opções estão na mesa” para lidar com o líder chavista, Nicolas Maduro. A mensagem dava a entender que via um caminho para a intervenção militar. Mas, claramente suavizou o tom ao defender “eleições livres”, e uma transição pacífica. O Grupo de Lima, que reúne 14 países, firmou posição nesta segunda pela transição “para a democracia” deve ser feita pelos venezuelanos pacificamente.

“A minha geração cresceu nessa ditadura. Não vimos outra coisa. Mas agora, estamos sentindo o futuro na Venezuela. Apesar da perseguição, resistimos", afirma Guaidó.

“Como um país que investiu na Venezuela recupera seu investimento com inflação de 2.000%?”, diz Guaidó.

Ao terminar o seu pronunciamento, Bolsonaro tenta fazer uma brincadeira com Guaidó:“Deus é brasileiro e venezuelano”.

Diz o presidente brasileiro: "Essa esquerda gosta tanto de pobres que acabou multiplicando-os, e a igualdade buscado por eles foi por baixo".

Bolsonaro: “Faço uma mea-culpa aqui de que dois ex-presidentes do Brasil foram em parte responsáveis pelo o que vem acontecendo na Venezuela hoje em dia". O presidente se refere aos petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, que foram aliados de Hugo Chávez e Nicolás Maduro.

Diz Guaidó, ao lado de Bolsonaro: "Não podemos permitir que nunca mais um pequeno grupo queira se apropriar da liberdade de um povo."

Após a reunião com Bolsonaro, Guaidó se reunirá com um grupo de deputados no salão verde da Câmara e, na sequência, com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não o receberá. Maia foi um crítico à tentativa do Brasil de enviar ajuda humanitária para a Venezuela no fim de semana passado.

A reunião com Bolsonaro é de caráter pessoal. Não está na agenda oficial do mandatário brasileiro. O que consta é um encontro com o ministro Araújo. Ao fim, a expectativa é que ao menos um dos dois presidentes faça uma declaração à imprensa.

Guaidó chegou ao Planalto acompanhado pelo chanceler Ernesto Araújo. Não teve recepção de chefe de Estado. Entrou por um acesso lateral. Foi recebido pelos dragões da independência e caminhou por um tapete vermelho.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu, por meio de seu Twitter, a realização de eleições livres na Venezuela, após conversa com o autodeclarado presidente daquele país, Juan Guaidó.

Antes de se reunir com Bolsonaro, Guaidó esteve no Itamaraty, com o chanceler Ernesto Araújo.

Militantes do PCO protestam contra Juan Guaidó em frente ao Palácio do Planalto. Seguram uma faixa com os dizeres: “Fora Guaidó, prostituta de Trump”.

O presidente interino da Venezuela Juan Guaidó se reuniu em Brasília com 25 embaixadores da UE, cada  um representando um país. Guaidó, que é reconhecido como legítimo por mais de 50 países, reforçou a necessidade de celebrar “eleições livres”, que a transição de poder em seu país seja “pacífica”, “consensual” e com “justiça de transição”, segundo disseram fontes diplomáticas europeias à jornalista Naiara Galarraga. No curto prazo, o opositor de Maduro considera imprescindível formar um novo conselho eleitoral nacional que organize novos pleitos.

Após se reunir com embaixadores europeus, o venezuelano Juan Guaidó está almoçando com diplomatas na residência oficial do Canadá.

O autodeclarado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, reuniu-se na manhã desta quinta-feira com repsresentantes da delegação da União Europeia em Brasília. Ao menos 15 diplomatas participaram do encontro. Ainda hoje, Guaidó deve se reunir com o presidente Jair Bolsonaro, com o ministro Ernesto Araújo e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. 

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