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Protestos na Venezuela em meio ao impasse entre Maduro e Guaidó

OEA e ONGs de direitos humanos falam em 16 mortos e 278 presos desde segunda nos protestos. Governo repudia tentativa da oposição de assumir o poder, apesar do apoio dos EUA e Brasil

Manifestantes em Caracas nesta quarta-feira, 23 de janeiro, pedem a renúncia de Nicolás Maduro.
Manifestantes em Caracas nesta quarta-feira, 23 de janeiro, pedem a renúncia de Nicolás Maduro. Edilzon Gamez (Getty Images)
El País
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O impasse na Venezuela continua nesta quinta-feira, um dia após o líder da oposição, Juan Guaidó, mandatário da Assembleia Nacional, se autoproclamar presidente interino do país, e o presidente Nicolás Maduro afirmar que não se rende. Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas em Caracas na quarta-feira, na mais volumosa manifestação contra o Governo venezuelano desde 2017. A Organização dos Estados Americanos fala em 16 mortos nos protestos desde a última segunda-feira, 21 de janeiro, enquanto o Observatorio Venezonalo de Conflictividad Social diz que 278 foram presos. A presidência interina e autoproclamada por Guaidó recebeu o apoio dos presidentes dos EUA, Donald Trump, e do Brasil, e Jair Bolsonaro. Mas México, Uruguai, em com certo matiz, a União Europeia, evitaram o endosso à oposição venezuelana. O país vive agora horas cruciais e aguarda os próximos passos de Maduro e da oposição.

Veja os destaques da cobertura:

Acompanhe em tempo real a cobertura da Venezuela:

EUA pedem reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre Venezuela

Os Estados Unidos pediram uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para tratar da crise na Venezuela. O encontro foi solicitado para sábado e deve contar com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.

Militares venezuelanos descartam apoiar Guaidó

O ministro de Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, afirmou nesta quinta-feira que o Governo jamais aceitará um golpe contra Nicolás Maduro.

"Não vamos tolerar atos de vandalismo nem de terrorismo", afirmou. "As Forças Armadas não aceitarão jamais um presidente imposto", declarou o ministro, em referência à Juan Guaidó.

O ministro leu um comunicado em que compara a autoproclamação de Guaidó como presidente interino à tentativa de golpe de Estado contra hugo Chávez em 2002.

O papa Francisco evitou se pronunciar sobre os acontecimentos que sacodem a Venezuela. Em seu discurso de abertura da Jornada Mundial da Juventude, na Cidade do Panamá, o pontífice falou sobre o combate à corrupção e os "direitos ao futuro" dos jovens. É a primeira vez que a JMJ acontece em um país da América Central.

Foto: Bienvenido Velasco / EFE. 

No Twitter, Maduro utlizou, mais uma vez, o legado de Hugo Chávez para argumentar que a proclamação de Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela é só uma manobra dos EUA para tirá-lo do poder.

 

As manifestações a favor de Nicolás Maduro na quarta-feira foram ínfimas se comparadas com os protestos organizados pela oposição. Diosdado Cabello, primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e um dos pesos-pesados ​​do chavismo, chegou a pedir uma "vigília" em frente ao palácio presidencial em apoio a Maduro, mas, finalmente, isso não aconteceu.

Crise venezuelana expõe a divisão internacional

A autoproclamação de Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela procovou uma onda de reações internacionais.

Estão a favor do opositor: o Brasil, os EUA, o Canadá e a Organização dos Estados Americanos.

Declararam apoio ao presidente Nicolás Maduro: China, Rússia e Turquia.

Os que defendem diálogo: a Organização nas Nações Unidas, a União Europeia e o México. A Espanha, por sua vez, defende que a oposição convoque novas eleições democráticas.

Leia mais na reportagem (em espanhol): http://cort.as/-EAmD

Comissão Europeia rechaça apoio explícito à oposição

Por outro lado, a Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, rechaçou reconhever explicitamente o líder opositor venezuelano como presidente interido do país. De acordo com a agência Reuters, a comissão defende que o impasse político na Venezuela evolua para "novas eleições livres". "Estamos com as forças democráticas do país", disse um porta-voz da Comissão.

Governo Espanhol defende novas eleições

Pedro Sánchez, presidente do Governo Espanhol, conversou por dez minutos por telefone com Guaidó, e afirmou que eleições democráticas e transparentes são a saída "idônea e natural", segundo informações da agência Efe. Sanchéz, que se encontra no Fórum Econômico Mundial em Davos, transmitiu o apoio da União Europeia à Assembleia Nacional Venezuelana (comandada por Juan Guaidó), cuja lejitimidade considera "indiscutível", de acordo com fontes do Governo.

Sobre isso, Guaidó disse:

Juan Guaidó agradece apoio de Bolsonaro

Hoje também, Bolsonaro voltou a trocar mensagens com Guaidó, que agradeceu ao presidente brasileiro pelo apoio.

Repercussão nas Redes Sociais

Um dia após o presidente Jair Bolsonaro declarar apoio ao opositor Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino da Venezuela, o assunto mais comentado do Twitter na manhã desta quinta-feira era a hashtag #BrasilYvenezuelaConGuaidó.

 

Protestos deixam 278 presos, diz ONG

Já a ONG Observatorio Venezonalo de Conflictividad Social fala em 13 mortos por "impacto de bala", acusa as forças de segurança "e/ou grupos paramilitares" de atacar os manifestantes.

Gonzalo Himiob, diretor do Foro Penal Venezolano, afirma que 278 pessoas foram presas desde a última segunda-feira em decorrência das manifestações.

Governo venezuelano culpa a oposição pela violência

Diosdado Cabello, o número dois do Governo Maduro, atribui à violência aos grupos que protestam em Caracas. Sem espeficiar quem, diz que os manifestantes violentos estão "sendo pagos".

A informação foi confirmada por Paulo Abrão, Secretário Executivo da CIDH, órgão ligado à Organização dos Estados Americanos (OEA):

16 mortos em três dias de protestos na Venezuela

Retomamos a partir de agora a cobertura em tempo real dos protestos da oposição contra o Governo de Nicolás Maduro. 

A situação na Venezuela continua tensa nesta quinta-feira. De acordo com relatório da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), em três dias de protestos ao menos 16 pessoas morreram.

Venezuela vai dormir com dois presidentes

Leia a reportagem completa da jornada e siga conosco nesta quinta com os desdobramentos da crise. Boa noite!

http://cort.as/-E9nR

A crise e o tabuleiro diplomático do continente

No momento não há mudança de postura em relação à Venezuela, o México continua a reconhecer Nicolás Maduro como presidente do país”, disse a este jornal Jesús Ramírez, porta-voz do Governo López Obrador.

Veja a reportagem completa dos posicionamentos

http://cort.as/-E9nM

 

Apoio dos bairros pobres de Caracas marca jornadas recentes de protesto contra Maduro

O apoio dos bairros mais pobres de Caracas às mobilizações da oposição é uma das notícias mais relevantes dos últimos dias. Embora seu apoio ininterrupto à causa de Chávez esteja perdendo força há anos, também nessas áreas, "o apoio tão veementemente demonstrado pelas favelas de Caracas nos últimos três dias é sem precedentes", aponta Hector Pereira, da agência EFE, em Caracas. "No entendimento oficial de que todos os pobres o apoiam, esses opositores excepcionais transgrediram a norma e impuseram sua marca em uma manifestação que, como sempre, teve maior participação nas áreas da classe média da capital da Venezuela, considerados bastiões do anti-Chávez. "

"Basta", diz FHC a Maduro

União Europeia pede novas eleições, mas não cita Guaidó

Conta o correspondente do EL PAÍS em Bruxelas.

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