O brutal estupro coletivo de uma jovem causa indignação na Bolívia
A agressão sexual, perpetrada por cinco adolescentes em Santa Cruz, comove o país
Uma mulher de 18 anos foi estuprada e espancada no último fim de semana em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, em um crime do qual são acusados cinco jovens com quem ela havia dançado. O caso, que despertou a atenção da opinião pública, também por causa da condição social dos envolvidos, comoveu o país e motivou protestos de entidades de mulheres.
Os acusados —que nas redes sociais são comparados à La Manada, um caso de estupro em grupo que ocorreu na Espanha em 2016— e a garota estavam em uma conhecida discoteca até serem expulsos dela por consumirem drogas. Foram, então, para um hotel por várias horas, onde ocorreu o crime, de acordo com a investigação. Mais tarde, a vítima começou a ter convulsões e recebeu ajuda da equipe do hotel para chegar a um hospital, onde ainda está internada. Ela tem ferimentos que o Ministério Público atribui a "estupro agravado" e espancamentos, e seu sangue tinha vestígios de seis tipos diferentes de drogas, de maconha a cocaína, passando por vários tipos de estimulantes.
Os jovens envolvidos pertencem à classe alta de Santa Cruz de la Sierra, a segunda maior cidade da Bolívia. Os promotores denunciaram que seus pais tentaram exercer pressões indevidas sobre a investigação. Os fatos ocorreram na última sexta-feira, mas só se tornaram públicos quatro dias depois, o que não é comum no momento em que a imprensa está muito atenta aos casos de violência.
Os bolivianos puderam descobrir o que aconteceu por causa da audiência judicial que mandou quatro dos cinco rapazes para a prisão e um deles para um reformatório, já que tem apenas 14 anos. Na audiência, o pai de um dos acusados insultou os responsáveis pela acusação e, mais tarde, a mãe de outro disse à imprensa que o único problema dos jovens era o vício em drogas, que compartilhavam com a vítima, e afirmou que a garota manteve sexo consensual com seus amigos. Essa declaração e o questionamento de alguns à decisão da moça, gravada por uma câmera de segurança deixando a discoteca com os cinco homens, provocou uma série de comentários nas redes sociais com o slogan: "Não nos estupram porque estamos bêbadas. Eles nos estupram porque são estupradores".
Dois ministros exigiram que o caso seja tratado com rigor e sem fazer qualquer diferença por causa da condição social dos envolvidos, de famílias abastadas. Segundo as estatísticas de 2017, na Bolívia ocorrem cerca de oito estupros diários, sendo Santa Cruz a cidade mais afetada pela violência machista.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.