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Roberto Castello Branco será o novo presidente da Petrobras no Governo Bolsonaro

Economista é mais um egresso da Universidade de Chicago, bastião do pensamento liberal. Indicação deixa em aberto se privatização entra na pauta do novo comandante da petroleira

Mauro Pimentel (AFP)
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O economista Roberto Castello Branco será o novo presidente da Petrobras. Ex-diretor do Banco Central e da mineradora Vale, Castello Branco foi convidado para o cargo pelo futuro ministro da Economia do presidente eleito Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, que confirmou a informação. Castello Branco é hoje diretor Centro de Estudos em Crescimento e Desenvolvimento Econômico da Fundação Getulio Vargas. Assim como Guedes –  fiador da área econômica de Bolsonaro –, é egresso da Universidade de Chicago, o bastião internacional do pensamento liberal.

O novo comandante da Petrobras —a gigante do petróleo do Brasil, com mais de 60.000 empregados e investimentos na ordem de 48 bilhões de reais— deverá assumir o cargo somente após a posse de Bolsonaro, em janeiro. Até lá, a petroleira seguirá conduzida pelo atual presidente, Ivan Monteiro.

A indicação de Castello Branco é mais um sinal de que Bolsonaro deu carta branca a Guedes para moldar a política econômica de seu governo. O novo comandante da empresa já fez parte do conselho da Petrobras e vinha colaborando com a equipe do superministro de Economia durante a campanha presidencial. Além dele, Guedes emplacou no novo governo o ex-ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff, Joaquim Levy, outro economista com formação na Universidade de Chicago.

As intenções do novo governo em relação à Petrobras foram um ponto sensível da candidatura do agora presidente eleito. Guedes, um economista de viés claramente liberal, é favorável a um amplo plano de privatização de estatais. Ele chegou a mencionar em entrevistas que isso poderia abarcar inclusive a Petrobras. Essa ideia, no entanto, choca frontalmente com a ala militar que rodeia Bolsonaro, que considera a petroleira um ativo "estratégico". Uma das possibilidades estudadas para conciliar essas divergências é a transferência para a iniciativa privada apenas das áreas de refino e distribuição da Petrobras.

Disputas internas

Castello Branco não foi a única indicação para a nova equipe de governo que foi divulgada nos últimos dias. Na semana passada, Bolsonaro anunciou que o chanceler do seu governo será Ernesto Araújo, um diplomata de carreira que nunca chefiou uma missão no exterior, mas que é um admirador confesso do presidente norte-americano Donald Trump. A indicação de Araújo foi uma clara vitória do filho do capitão reformado do Exército, o deputado Eduardo Bolsonaro, que tem planos de se colocar como um líder latino-americano do movimento populista de direita que, além de Trump, encontra eco também no italiano Matteo Salvini e no húngaro Viktor Órban. Por outro lado, a ascensão de Araújo também representou uma derrota para o núcleo militar do novo governo, que queria um nome mais pragmático e moderado para a chefia do Itamaraty.

Além de Araújo, Bolsonaro já indicou a deputada ruralista Tereza Cristina para ministra da Agricultura; o general Augusto Heleno para comandar o Gabinete de Segurança Institucional (GSI); o general Fernando Azevedo e Silva para a pasta da Defesa; o tenente-coronel da Aeronáutica e ex-astronauta Marcos Pontes para o ministério de Ciência e Tecnologia; e o deputado Onyx Lorenzoni para chefiar a Casa Civil da Presidência da República.

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