_
_
_
_

Resgatados os primeiros meninos tailandeses presos em caverna

O resgate permanecerá interrompido por até 24 horas, segundo as autoridades locais. Ainda há outros oito meninos isolados, além do monitor que os acompanhava

Os militares tailandeses durante o resgate.
Os militares tailandeses durante o resgate.ROYAL THAI NAVY / HANDOUT (EFE)
Macarena Vidal Liy
Mais informações
“Estou bem, não se preocupem”: as cartas dos meninos tailandeses presos em caverna para suas famílias
“Tortuoso e brutal”: um mergulhador relata o caminho para chegar às crianças presas em caverna na Tailândia

A operação de resgate dos 12 meninos tailandeses e de seu monitor começou neste domingo. Quatro deles deixaram a caverna já nas primeiras horas da operação e estão sendo atendidos em um hospital, segundo o Governo tailandês. Ao menos oito meninos, além do treinador, permanecem na caverna. Às dez da manhã deste domingo na Tailândia (23h de sábado em Brasília), 13 mergulhadores internacionais e cinco tailandeses começaram o trajeto para retirar o grupo da caverna de Tham Luang, no norte do país asiático, em uma viagem prevista para durar pelo menos dez horas. A expectativa de que o primeiro resgatado emergisse em torno das 21h locais, anunciada pelo coordenador do resgate, Narongsak Osottanakorn, se confirmou. Após os primeiros salvamentos, o resgate foi interrompido para avaliação da primeira etapa e deve ser retomado em um período estimado de 10 a 24 horas.

“Chegou o dia D. Os meninos estão mais do que preparados, física e mentalmente. Estão decididos (a sair) e sabem como vai se desenrolar a retirada. Todos vão voltar para casa conosco, não importa o que tenham de enfrentar”, afirmou Narongsak, também governador da província de Chiang Rai, no início de uma entrevista coletiva. As famílias foram informadas e deram seu consentimento.

As condições eram as melhores possíveis. Depois de uma semana de trabalhos intensos, e de constante aumento do número de máquinas de bombeamento, conseguiu-se extrair água suficiente para que as crianças possam fazer a pé a maior parte do trajeto. Essa era a principal preocupação em um túnel de quase quatro quilômetros entre o ponto onde se encontravam os treze e a entrada da caverna, extremamente estreito em um trecho. Nesse túnel morreu sexta-feira um dos mergulhadores voluntários. É um trajeto perigoso para homens adultos, em forma e experientes. Muito mais para garotos entre 11 e 16 anos que até segunda-feira tinham ficado nove dias sem comer e que, embora tenham recebido aulas intensivas nos últimos dias, não sabiam nadar quando começou sua odisseia.

Os 13, ressaltou o governador, encontravam-se em bom estado físico e psicológico para enfrentar a jornada.

Mas o que mais pesou na decisão dos responsáveis pela operação de resgate de inicia-la neste momento foi a chegada das chuvas, que poderiam aumentar nos próximos dias. “O período ideal que tinha sido aberto estava começando a se fechar”, declarou Narongsak. Caso se esperasse mais tempo, haveria o risco de que o nível da água voltasse a subir e pusesse a perder todo o avanço conseguido até agora.

“Esperamos que chegasse este momento exato para começar a evacuação, quando todos estamos preparados e a segurança dos 13 pode ser 100% garantida”, acrescentou. Os socorristas podem caminhar da entrada até a câmara número três, a 1.700 metros da ilhota onde se refugiaram os menores.

A água tinha baixado mais de 30 centímetros na quinta-feira, ficando em seu nível mais baixo desde que os meninos desapareceram no interior da caverna.

A saída foi programada para ser feita de maneira escalonada e, se tudo correr bem, continuará ao longo da noite até segunda-feira, pelo menos. Quando cada garoto chega à saída é examinado por médicos australianos que estão à espera no local. Uma vez estabilizados, os resgatados serão levados ao hospital provincial de Chiang Rai, a 70 quilômetros dali, onde foi preparada uma ala inteira para eles e suas famílias.

Os sinais de que algo estava sendo preparado tinham começado já durante a madrugada local. Várias ambulâncias chegaram para reforçar as que já estavam na entrada da caverna. Mais participantes das operações de resgate entravam e saíam da área. E a imprensa recebeu a ordem de se transferir do acampamento de operações para um novo centro de trabalho na sede de governo municipal, sem mais informações, apenas a de que mais tarde, em hora não definida, as autoridades dariam uma entrevista coletiva.

Narongsak explicou depois que foi determinada a saída dos jornalistas para dar o maior espaço possível para os veículos e equipes que participam dos trabalhos de resgate.

Os meninos e seu monitor, todos eles membros de um time de futebol local, ficaram bloqueados na caverna em 23 de junho, quando uma forte tempestade a inundou. Depois de nove dias, mergulhadores britânicos os localizaram na segunda-feira passada. Desde então, foram estudadas três opções para resgatá-los: mergulhando, através de um túnel perfurado na rocha ou esperando a água baixar o suficiente. Finalmente, optou-se por uma combinação: reduzir os níveis de água e retirá-los com a ajuda dos mergulhadores, correndo o menor risco possível.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_