O VAR não acaba com a injustiça no futebol
Por que corrigir o erro do árbitro e não o de um jogador?

É justo o resultado?
Sempre me surpreendeu esta insistência de torcedores e jornalistas em averiguar tão profunda questão após um jogo de futebol.
A justiça deve ser exigida nos tribunais. O futebol é um jogo. E, no jogo, intervêm fatores aleatórios: o acerto ou o desacerto de qualquer um dos protagonistas, a sorte, a má sorte, o despiste ou o desvio da bola em um montinho no gramado. Graças a isso, a sua condição indomesticável, os torcedores de um time como o meu, a Real Sociedad, podemos sonhar em um dia ganhar no Santiago Bernabéu ou no Camp Nou.
Perseguir a justiça é uma causa nobre. Mas persegui-la no futebol é uma grande bobagem. Imagine se, ao fim de uma partida, se reunisse um júri de sábios para opinar? “O 1 a 1 é injusto. Vamos convertê-lo em 2 a 1”. Por outro lado, por que corrigir o erro do árbitro e não o de um jogador? A falha de De Gea contra Portugal na Copa do Mundo e a do goleiro do Liverpool diante de Benzema, por exemplo, foram tão decisivas como um pênalti mal apitado. O VAR não deveria lhes dar uma segunda oportunidade?
E se concordarmos que o jogo, sim, pode estar nas mãos de circunstâncias do acaso, mas a arbitragem não, então o VAR é uma fórmula tímida demais. Teríamos de substituir o ser humano-árbitro por uma parafernália tecnológica de alta precisão que comunicasse aos espectadores suas decisões com vozes, luzes ou buzinas. Essa é minha opinião. No entanto, me parece bem o chip instalado na bola para indicar quando ela cruza a linha do gol, por ser inquestionável.