EL PAÍS terá uma mulher na direção pela primeira vez na história do jornal
A redação deve referendar a indicação da veterana Soledad Gallego-Díaz como nova diretora do jornal
O Conselho de Administração do EL PAÍS iniciou o processo de nomeação de uma nova diretora do jornal. O executivo-chefe do grupo PRISA e presidente do Conselho de Administração do EL PAÍS, Manuel Mirat, propôs Soledad Gallego-Díaz para o lugar de Antonio Caño. A substituição, conforme prevê o Estatuto da Redação do EL PAÍS, foi comunicada nesta quarta-feira ao Comitê de Redação e será submetida nesta quinta a uma votação consultiva entre a equipe do jornal. Uma vez recebido o resultado da consulta, o Conselho de Administração do EL PAÍS procederá a formalizar a nomeação. Caño continuará vinculado ao jornal.
A carreira de Soledad Gallego-Díaz (Madri, 1951) está ligada ao EL PAÍS há mais de quatro décadas. Estudou na Escola Oficial de Jornalismo, em Madri, e seu primeiro trabalho foi na agência Pyresa, de onde passou para os Cuadernos para el Diálogo, publicação onde permaneceu até seu fechamento, em 1978. Ingressou no EL PAÍS imediatamente depois de sua fundação, em 1976, como colaboradora especializada em informação política, reunindo seu trabalho nos Cuadernos, até que se incorporou à seção de Política do jornal. Desempenhou a função de setorista parlamentar durante os momentos mais intensos da Transição do franquismo para a democracia. Aliás, foi, junto com Federico Abascal e José Luis Martínez, responsável por publicar com exclusividade o esboço da Constituição Espanhola de 1978.
Posteriormente, no final de 1979, assumiu o cargo de correspondente do EL PAÍS em Bruxelas. Sua experiência no terreno da informação internacional se completou durante esses anos com outras duas posições de primeiro nível, Londres e Paris.
De volta à redação central, foi designada primeiro como subdiretora e depois como diretora-adjunta do jornal, cargo que exerceu durante cinco anos. Mais tarde, desempenhou o cargo de correspondente em Nova York e Buenos Aires, além de voltar a ocupar funções de diretora-adjunta e de ser nomeada Defensora do Leitor. Atualmente publica a cada domingo sua coluna semanal de análise política, e desde setembro de 2012 é colaboradora da rádio Cadena SER, no programa Hoy por Hoy.
Gallego-Díaz é uma das jornalistas espanholas mais reconhecidas. Recebeu vários prêmios ao longo de sua carreira, como o Salvador de Madariaga, o Margarida Rivière, o Francisco Cerecedo e o Cirilo Rodríguez. Em maio deste ano, obteve o Prêmio Ortega y Gasset por sua trajetória profissional.
Antonio Caño (Martos, Andaluzia, 1957) assumiu a direção do EL PAÍS em 4 de maio de 2014. Durante esse período, o jornal cobriu com grande sucesso acontecimentos de caráter excepcional, tanto espanhóis quanto internacionais, como a abdicação do rei Juan Carlos I, a intentona separatista das forças independentistas da Catalunha, os sangrentos atentados jihadistas de Paris, Londres e Barcelona, o triunfo eleitoral de Donald Trump e um vastíssimo etcétera.
Além disso, impulsionou a transformação tecnológica e a definitiva decolagem digital do jornal, levando-o a se situar como líder indiscutível entre os títulos de língua espanhola. Superou a barreira dos 100 milhões de visitantes únicos mensais, o que situa o EL PAÍS entre os 10 jornais mais lidos do mundo. Ao mesmo tempo, durante a direção de Caño, o jornal estendeu sua presença na América Latina e se transformou em referência imprescindível da atualidade em países como México, Brasil, Argentina e Colômbia.
Caño se incorporou ao EL PAÍS em 1982. Foi correspondente no México e América Central e chefe da sucursal de Washington, posto que ocupou durante mais de 10 anos. Além disso, atuou como redator-chefe de Internacional e subdiretor responsável pela edição dominical, e esteve à frente da seção de Investigação e Análise. Durante sua carreira profissional, cobriu, entre outros acontecimentos, as guerras do Golfo Pérsico, das Malvinas, do Chade e de El Salvador, as revoltas contra Pinochet no Chile, a queda do sandinismo na Nicarágua e quatro eleições presidenciais nos Estados Unidos.
Soledad Gallego-Díaz será a sexta pessoa a ocupar a direção do EL PAÍS. Juan Luis Cebrián a desempenhou da fundação do jornal, em 1976, até 1988. Substituiu-o Joaquín Estefanía, quem permaneceu à frente da publicação até 1993, ano em que Jesús Ceberio assumiu a função. Em 2006, Javier Moreno foi nomeado diretor, até maio de 2014, momento em que Antonio Caño o substituiu.
O presidente do EL PAÍS, Manuel Mirat, destacou o trabalho do Antonio Caño à frente do jornal durante momentos especialmente complicados para o exercício do jornalismo rigoroso e confiável, e mostrou sua plena confiança em que Gallego-Díaz, a primeira mulher a ocupar a direção do jornal, enfrentará com sucesso os inúmeros desafios que terá pela frente depois de ratificada.
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