Mariano Rajoy é destituído e Pedro Sánchez é novo premiê da Espanha
Líder do PSOE tem dias atribulados pela frente para tentar costurar uma coalizão. Após Parlamento destituir premiê, socialista propôs convocar novas eleições, mas não deu data
![Mariano Rajoy felicita o novo premiê da Espanha, Pedro Sánchez.](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/BJSAOK5CRJG7XJR5D3O2IKLSAM.jpg?auth=d3afc17078f5c3d8615dc0af23e2d6d4d8399062b0cb4dae29056c3c35076e66&width=414)
![Miquel Alberola](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/https%3A%2F%2Fs3.amazonaws.com%2Farc-authors%2Fprisa%2Fa29aa3db-bdfa-43fb-82cd-ed3342eb1dbd.jpg?auth=5abbbc17544c795fb929dc58b4a96da576443647cc5afcf26c1f57fbc542efb3&width=100&height=100&smart=true)
Mariano Rajoy não é mais o primeiro-ministro da Espanha, que a partir desta sexta-feira tem um novo chefe de Governo. Em uma reviravolta que parecia impensável há poucos dias, Pedro Sánchez, secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), foi nomeado pelo Parlamento espanhol como substituto do premiê conservador. Rajoy, do Partido Popular, governava o país havia seis anos e meio e perdeu uma moção de censura contra si. O líder socialista conseguiu reunir apoios de diferentes partidos de esquerda até agora inimizados, e especialmente dos nacionalistas, inimigos históricos do PP de Rajoy, para vencer.
Mariano Rajoy, de 63 anos, discursou na sessão desta sexta com evidente emoção, desejando o melhor para Sánchez. Disse que como democrata aceita o resultado da moção, mas que não pode admitir “o que se fez”. Considerou uma honra ter presidido o Governo e também deixar a Espanha melhor que encontrou. “Tomara que meu substituto possa dizer o mesmo. Obrigado a todos e ao meu partido. E a todos os espanhóis por sua compreensão e apoio. E obrigado a vocês pelo bem da Espanha.”
Ha sido un honor ser presidente del Gobierno y dejar una España mejor de la que encontré. Gracias a todos, y de manera muy especial a los españoles y al @PPopular.
— Mariano Rajoy Brey (@marianorajoy) June 1, 2018
Suerte a todos por el bien de España. pic.twitter.com/8bLRIiFOa1
Há oito dias, Mariano Rajoy se viu imerso em um terremoto político sem precedentes na sexta maior economia da Europa. Na quinta-feira da semana passada, a Justiça proferiu a sentença do Caso Gürtel, uma investigação policial sobre a corrupção sistêmica no PP. Após nove anos de investigação, centenas de membros do partido governista espanhol foram declarados culpados; muitos deles estavam no Governo, que já havia passado os últimos tempos isolado e desgastado. Condenou-se o PP a pagar mais de 245.000 euros (cerca de um milhão de reais) como "partícipe a título lucrativo" da trama, considerou-se provado que houve um caixa-dois no partido desde 1989, e impôs-se uma pena de 33 anos de prisão a Luis Barcenas, ex-tesoureiro da agremiação. Além disso, o texto da Audiência Nacional questiona a credibilidade do depoimento de Rajoy como testemunha do caso.
Defiendo esta moción de censura por coherencia, responsabilidad y democracia. Propongo un gobierno socialista, paritario y europeísta que cumplirá con la UE y la Constitución. Su hoja de ruta: estabilizar, atender las urgencias sociales y convocar elecciones. #LaMociónDelCambio pic.twitter.com/On3fiVQkHT
— Pedro Sánchez (@sanchezcastejon) May 31, 2018
Não é tão fácil saber o que fará Pedro Sánchez agora que chegou ao poder. Nos quatro anos em que ocupa a primeira fila na política, o socialista teve que confrontar praticamente todos os mecanismos do poder espanhol, incluindo os barões do seu próprio partido, que o expulsaram da presidência do PSOE, mas não foram capazes de evitar que voltasse em maio passado.
Agora, ele se prepara para presidir o Governo espanhol sem ter vencido as eleições, sem ser deputado e com o exíguo apoio de seus 84 deputados. Sánchez se comprometeu a respeitar o Orçamento Geral do Estado aprovado por Rajoy e a abrir um processo de diálogo com os separatistas catalães, no marco da Constituição e do Estatuto regional. Do mesmo modo, mostrou-se disposto a convocar eleições – como lhe pediu grande parte da coalizão que ofereceu seu apoio –, mas não precisou a data.
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